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Guilherme Macalossi

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Guerra

EUA tem dever global de ajudar Israel a acabar com o regime iraniano

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei: país se tornou inimigo de Israel com a instauração do regime dos aiatolás (Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH)

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Há uma grande dúvida sobre a participação direta ou não dos Estados Unidos na ofensiva israelense contra o Irã. Até aqui, o poderio americano foi usado no auxílio logístico das operações de bombardeio que resultaram na destruição cirúrgica de alvos militares, inclusive com a eliminação de figuras importantes do regime extremista dos aiatolás. O objetivo principal é desmantelar a capacidade nuclear do país, que é um dos maiores financiadores do terrorismo global. É, portanto, uma guerra civilizatória. De um lado está a democracia, com todas as suas imperfeições e vícios, e de outro lado o extremismo e fundamentalismo que instrumentalizam a fé para disseminar a barbárie.

Por tempo demais o mundo livre conviveu com a ameaça de um Irã nuclear. Os aiatolás nunca esconderam seu propósito de destruição do Ocidente e de todos aqueles que consideram “infiéis”. Em 2018, em um post no X, Ali Khamenei, líder religioso supremo do regime, escreveu que “Israel é um tumor cancerígeno maligno na região da Ásia Ocidental que precisa ser removido e erradicado: é possível e vai acontecer”. Em 2020, durante um discurso sobre a situação dos palestinos, ele voltou a comparar o Estado judeu a uma doença. “O vírus duradouro dos sionistas será eliminado”, ameaçou. Qual a melhor forma de promover tal aniquilação do que com um arsenal atômico?

O discurso pacifista da solução negociada pela diplomacia é apenas um autoengano que seria instrumentalizado pelos extremistas religiosos para ganhar tempo. O caminho do diálogo, das sanções e dos acordos levou ao impasse perigoso em que o mundo se encontra no Oriente Médio

Desde que chegaram ao poder, após a queda do regime do Xá, os aiatolás subsidiam uma proxy war contra Israel. Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, grupos como Hamas, Hezbollah e os Houthis receberam treinamento, dinheiro e armamento para promover ataques coordenados na região. O atentado de 7 de outubro, que resultou no maior número de judeus mortos em 24 horas desde o Holocausto, só foi possível com o investimento iraniano.

Em um artigo para The Washington Institute, o professor Matthew Levitt, da Universidade de Georgetown, relata que “autoridades americanas e israelenses estimam que o Irã forneça ao Hamas entre US$ 70 milhões e US$ 100 milhões por ano. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou em uma entrevista de 2022 à Al Jazeera que seu grupo recebe US$ 70 milhões por ano do Irã”. Reportagem de outubro de 2023 do jornal Wall Street Journal mostrou que a autorização para ação terrorista ao sul de Israel foi sacramentada em Beirute, no Líbano, num encontro entre lideranças do Irã e representantes do Hamas.

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Atingindo capacidade de produzir armas nucleares, não apenas os aiatolás poderiam usá-las diretamente contra seus inimigos ocidentais como poderiam distribuí-las aos seus satélites terroristas para que estes pudessem fazê-lo de forma indireta em qualquer lugar. Nesse contexto, o discurso pacifista da solução negociada pela diplomacia é apenas um autoengano que seria instrumentalizado pelos extremistas religiosos para ganhar tempo. O caminho do diálogo, das sanções e dos acordos levou ao impasse perigoso em que o mundo se encontra no Oriente Médio. Em 1938, se Neville Chamberlain não tivesse assinado o Acordo de Munique com Hitler e ordenasse um ataque preventivo contra a Alemanha nazista, talvez a humanidade não tivesse sido engolido pela 2ª Guerra Mundial.

A ação militar israelense não é gratuita nem imotivada. É uma guerra de sobrevivência da qual os Estados Unidos, pela sua posição de liderança no Ocidente, não pode se furtar de participar. Nunca antes os aiatolás se encontraram tão enfraquecidos. Não é hora de hesitação, e sim de colocar um ponto final no programa nuclear iraniano, bem como no regime opressivo que o idealizou para seus propósitos genocidas.

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