A prática de esportes com cães

Você é daqueles tutores que, quando abre um dia de sol, se anima a levar seu cão para passear, nadar, correr no parque, andar de bicicleta e até a fazer trilha? Se não for, fica aqui nosso incentivo para começar.

O primeiro motivo é o fato de muitas das raças de cães terem sua genética desenvolvida para a prática de esportes. Muitos desses esportes estavam atrelados à caça, mas com a mudança nos hábitos de vida e para espaços mais urbanos, os cães adotaram um estilo de vida semelhante ao de seus tutores. E é esta rotina de vida muitas vezes sedentária o que contribuiu para o surgimento de comportamentos indesejáveis.

Por isso, conciliar os exercícios físicos que praticamos no nosso dia a dia com a rotina dos nossos cães é uma ótima forma de suprir as necessidades fisiológicas deles, já que eles estimula o uso de comportamentos naturais como correr, nadar, pular e, consequentemente, favorecem o bem estar e qualidade de vida dos pets.

Assim como nós, quando praticam exercícios físicos os cães também liberam hormônios, como serotonina, dopamina e endorfina, que produzem a sensação de bem estar e prazer. Além deles, quando cão e tutor interagem juntos é produzida a ocitocina, o “hormônio do amor”. Ou seja, é uma ótima forma de melhorar o vínculo com seu cão – um outro grande motivo para você levar seu amigo para treinar junto.

Uma outra possibilidade é proporcionar ao seu animal uma prática especificamente criada para ele. Você já ouviu falar do Agility? Este é um esporte em que o cão percorre um circuito de obstáculos, túneis e rampas no menor tempo possível, com a orientação do seu condutor, sem utilizar uma guia. Ele foi criado nos anos 1970 e atualmente existem várias competições, inclusive seleções nacionais. Qualquer cão e tutor podem praticar, no entanto, é importante estar atento às limitações de cada animal. Uma das raças mais adeptas ao esporte é o border collie, devido a sua agilidade e inteligência.

Outro esporte canino que vem ganhando popularidade mundialmente é o Canicross, em que o cão e seu condutor correm juntos em terrenos mais rústicos. Nele, o condutor é atrelado a uma guia e “puxado” pelo cão.  Semelhante ao Canicross, o Bikejoring tem o mesmo princípio do tutor ser puxado pelo cão, mas dessa vez em uma bicicleta.

Além dos esportes mencionados, existem competições que envolvem os treinos de obediência, em que o cão precisa fazer uma série de exercícios de comunicação, como os comandos senta, deita, fica, vem, junto, e pegar objetos e soltar quando solicitado, além de buscar objetos específicos através do faro.

Vale lembrar que para iniciar qualquer um dos esportes mencionados recomenda-se antes buscar a orientação de um veterinário, para saber se o cão está apto a praticar o esporte e assim evitar hipertemia, exaustão, parada cardiorrespiratória e lesões.  Além disso, todos esses esportes exigem uma base de repertório comportamental para o cão realizar o que se propõe, portanto, é indicada também a orientação de profissionais na área de comportamento.

O legal de tudo isso é que não necessariamente precisamos transformar este hábito em uma competição. Ao inserir novos exercícios de comunicação na rotina do cão, montar obstáculos em casa, ensinar a procurar objetos e odores específicos, levar o animal para fazer aventuras como trilhas, cachoeiras, nadar em lago e até surfar já são uma excelentes formas de auxiliar no enriquecimento da rotina do pet.

E aí, bora começar um novo desafio com seu cão?

*João Piva é educador pet.