O Ministério Público Eleitoral publicou na segunda-feira (11) um parecer em que dá razão ao ex-deputado Valdir Rossoni (PSDB) no pedido dele de inelegibilidade do deputado federal Boca Aberta (Pros). Se a Justiça Eleitoral seguir o entendimento do Ministério Público, Rossoni, que é o primeiro suplente da coligação, pode tomar a vaga de Boca Aberta na Câmara dos Deputados.
Em resumo, o que Rossoni alega é que, como Boca Aberta teve o mandato de vereador cassado pela Câmara de Londrina em 2017 por quebra de decoro parlamentar, ele estaria inelegível no pleito de 2018, em que foi eleito.
Leia também: Deputado aponta plágio em trechos de estudo usado pelo governo do Paraná
A defesa do deputado federal contesta afirmando que uma decisão judicial suspendeu os efeitos da cassação após o Tribunal de Justiça do Paraná declarar inconstitucionais alguns dispositivos do Código de Ética da Câmara de Londrina. Além disso, os advogados de Boca Aberta apontam falhas no processo e sustentam que na Câmara de Londrina tramita um projeto para rever a cassação do ex-vereador.
No parecer, o vice-procurador-geral Eleitoral Humberto Jacques de Medeiros argumenta que, apesar de trechos do Código de Ética terem sido declarados inconstitucionais, os artigos que embasaram a cassação de Boca Aberta foram mantidos. Ainda no parecer, o procurador sustenta que houve uma decisão judicial anterior às eleições que já entendia que o atual deputado estava inelegível.
Mesmo com o parecer do Ministério Público, o advogado de Boca Aberta, Guilherme Gonçalves, acredita que o mérito da questão não será a ser julgado pela Justiça Eleitoral pelo fato de o pedido feito por Rossoni não ter citado o Pros. Segundo ele, como agora o partido pode perder recursos ao perder um deputado federal, é indispensável que o Pros também seja incluído na ação.
Além disso, Gonçalves afirma que o posicionamento do Ministério Público não é novidade. Isso porque Rossoni não foi o único a questionar a eleição de Boca Aberta. Além dele, Osmar Serraglio (PP), Evandro Roman (PSD) e o próprio MP já haviam pedido a inelegibilidade do atual deputado.
Outro argumento da defesa é que a decisão do Tribunal Eleitoral que suspendeu a liminar que possibilitou o registro de campanha de Boca Aberta foi publicada após as eleições, portanto não teria efeito sobre o pleito.
Acompanhe o blog no Twitter.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Elon Musk diz que Alexandre de Moraes interferiu nas eleições; acompanhe o Sem Rodeios
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
Reintegrado após afastamento, juiz da Lava Jato é alvo de nova denúncia no CNJ
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Deixe sua opinião