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Programa de escolas cívico-militares estava em mais de 200 escolas e era a principal aposta da gestão Bolsonaro para o ensino básico.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo Lula fechou a rede de escolas cívico-militares criada no governo anterior. Eram 200 escolas, com 190.000 alunos, que, segundo o Ministério da Educação, serão “reintegradas” à rede pública de ensino; pelo que deu para entender, os estados que quiserem manter esse modelo podem continuar com as escolas que têm hoje, desde que utilizem os seus próprios recursos financeiros para operá-las.

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Não se trata dos tradicionais colégios militares, onde o programa de ensino é planejado e executado pelas Forças Armadas, e os alunos procuram qualificar-se para a carreira militar. São escolas onde as aulas são dadas por professores da rede pública de ensino e oficiais da reserva cuidam da parte operacional. Ninguém, naturalmente, era obrigado a estudar nelas; só se matriculava quem queria ir para lá.

O governo Lula, nos seis meses de atuação que teve, tornou-se notável por sua capacidade de destruir tudo o que vem do governo passado.

Numa sociedade aleijada pela qualidade indecente do ensino publico – que funciona, basicamente, como uma imensa usina destinada a fabricar analfabetos funcionais – é realmente extraordinário que o governo feche um programa educacional. Quais seriam os problemas concretos e objetivos que as escolas cívico-militares estariam causando para o Brasil? Por acaso os alunos que se formam ali saem dos cursos sabendo menos que os outros? Há alguma comprovação pedagógica, e séria, de que o programa prejudicava a aquisição de conhecimento pelos estudantes, ou lhes ensinava coisas erradas? Não há nada disso.

É claro que foram apresentados os vereditos dos “especialistas” de sempre – esses mesmos militantes políticos que são responsáveis pelo ensino público que está aí, e que é internacionalmente avaliado como um dos piores do mundo. Naturalmente, condenam o sistema que foi desativado. Mas qual o valor das suas sentenças de condenação? Nenhum. O MEC divulgou uma “nota técnica” na qual, basicamente, justifica o que fez dizendo que faltava às escolas cívico-militares “coesão” com o “modelo didático-pedagógico” em vigor hoje no ensino brasileiro. Que raio de “modelo” é esse, que leva cerca de 40% dos universitários do Brasil a se formarem como semianalfabetos?

O governo Lula, nos seis meses de atuação que teve, tornou-se notável por sua capacidade de destruir tudo o que vem do governo passado; parece ser, até, a sua única estratégia para administrar o país. Só nesta área, a da educação pública, já está em guerra aberta contra a reforma do ensino médio, aprovada por lei do Congresso Nacional. A lei incentiva o aprendizado da matemática e demais ciências exatas, e os sindicatos de professores, obviamente, não querem essa mudança essencial para a melhora da escola pública.

Ao mesmo tempo, o governo demonstra uma incapacidade igualmente extraordinária para construir o que quer que seja. Não conseguiu, até agora, entregar ao pagador de impostos uma única obra – nem um abrigo de ônibus em beira de estrada. O presidente não fica no Brasil. Seus ministros só fazem declarações – e nomeações, é claro. Num país em que o infeliz que ganha 2.000 reais por mês já tem de pagar imposto de renda, aumentam a carga tributária, em vez de reduzir. É a democracia estilo Lula, STF, Polícia Federal, Exército, Sérgio Cabral e tudo o mais que se vê por aí.

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