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Lorenzo Carrasco

Lorenzo Carrasco

Relatório do DOE e o catastrofismo climático

A “indústria do clima” ficou sem clima

Relatório do DOE expõe fragilidade do catastrofismo climático: dados desafiam alarmismos e abrem espaço para ciência sem viés ideológico. (Foto: Markus Distelrath/Pexels)

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A indústria do catastrofismo climático acaba de receber um duro e potencialmente fatal golpe em seu pilar central de credibilidade científica, com a divulgação do recente relatório do Departamento de Energia dos EUA, “Uma revisão crítica dos impactos das emissões de gases de efeito estufa sobre o clima dos EUA”.

Ao contrário dos incontáveis “estudos” publicados nas últimas décadas, dedicados à criação de um suposto “consenso científico” sobre o tema, trata-se da primeira avaliação científica rigorosa da dinâmica climática atribuída pelo governo de uma grande potência industrializada a cientistas de primeira linha não engajados na promoção do cenário apocalíptico do clima global.

Seus cinco autores têm credenciais impecáveis:

  • John Christy, Ph.D. – climatologista da Universidade do Alabama (Huntsville);
  • Judith Curry, Ph.D. – climatologista e ex-diretora da Escola de Ciências da Terra e Atmosféricas do Instituto de Tecnologia da Geórgia;
  • Steven Koonin, Ph.D. – físico teórico e professor do Departamento de Engenharia Civil e Urbana da Escola de Engenharia Tandon da Universidade de Nova York;
  • Ross McKitrick, Ph.D. – economista especializado em economia ambiental e análise de políticas, professor da Universidade de Guelph (Canadá); e
  • Roy Spencer, Ph.D. – climatologista da Universidade do Alabama (Huntsville) e líder científico do projeto Radiômetro de Varredura de Micro-ondas Avançado da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA).

Em um oportuno comentário no sítio Net Zero Watch (07/08/2025), o astrofísico e ex-editor científico da BBC, Dr. David Whitehouse, saudou o trabalho:
“Seja qual for a sua opinião sobre o conteúdo ou sobre seus autores, o recente relatório do Departamento de Energia dos EUA sobre a ciência do clima representa um marco no debate climático, pois abre uma discussão anteriormente impedida por um consenso imposto. (...)”

Para ele, chegou a hora da ciência baseada em “debate e dados”:
“É estranho que muitos cientistas – e não apenas da ciência do clima – minimizem os dados, considerando a modelagem como seu ideal mais elevado. O gelo antártico pode estar aumentando, o nível do mar pode não estar acelerando, o Ártico ainda não está livre de gelo, mas não importa: os resultados dos modelos climáticos é que são importantes. Eles são importantes, argumenta-se, pois encapsulam tudo o que sabemos e apontam o caminho para o futuro, ou assim se diz.

“Esse novo relatório faz parte de uma bem-vinda tendência de afastamento dessa visão. É claro que os modelos climáticos são importantes e uma ferramenta de pesquisa valiosa, mas seu véu está caindo de nossos olhos, na medida em que percebemos que são excessivamente sobrecarregados e inadequados quando usados para formular políticas.”

Observações que, convém ressaltar, são igualmente válidas para os temas referentes a outras pautas ambientais enfrentadas pelo Brasil, com tons não menos alarmistas, sendo a alegada “devastação” dos biomas nacionais um caso típico.

A essência do relatório do Departamento de Energia está bem resumida em seu sumário executivo, aqui transcrito na íntegra:

“Este relatório analisa certezas e incertezas científicas sobre como as emissões antropogênicas de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa afetaram, ou afetarão, o clima do país, eventos climáticos extremos e métricas selecionadas de bem-estar social.

“Essas emissões estão aumentando a concentração de CO2 na atmosfera por meio de um ciclo de carbono complexo e variável, em que parte do CO2 adicional persiste na atmosfera por séculos. Concentrações elevadas de CO2 aumentam diretamente o crescimento das plantas, contribuindo globalmente para tornar o planeta mais verde e aumentar a produtividade agrícola.

“Elas também tornam os oceanos menos alcalinos (reduzem o pH). Isso é, possivelmente, prejudicial aos recifes de corais, embora a recente recuperação da Grande Barreira de Corais sugira o contrário.

VEJA TAMBÉM:

“O dióxido de carbono também atua como um gás de efeito estufa, exercendo uma influência de aquecimento no clima e no tempo meteorológico. As projeções de mudanças climáticas exigem cenários de emissões futuras. Há evidências de que cenários amplamente utilizados na literatura sobre os impactos exageraram as tendências de emissões observadas e prováveis no futuro.

“As várias dezenas de modelos climáticos globais do mundo oferecem pouca orientação sobre o quanto o clima responde aos níveis elevados de CO2, com o aquecimento médio da superfície sob uma duplicação da concentração de CO2 variando de 1,8°C a 5,7°C.

“Métodos baseados em dados produzem uma faixa menor e mais estreita.

“Os modelos climáticos globais geralmente registram ‘quente’ em sua descrição do clima das últimas décadas – muito aquecimento na superfície e muita amplificação do aquecimento na baixa e média troposfera. A combinação de modelos excessivamente sensíveis e cenários extremos implausíveis para emissões futuras produz projeções exageradas do aquecimento futuro.

“A maioria dos eventos climáticos extremos nos EUA não mostra tendências de longo prazo. As alegações de aumento na frequência ou intensidade de furacões, tornados, inundações e secas não são apoiadas por dados históricos dos EUA. Além disso, as práticas de manejo florestal são frequentemente negligenciadas na avaliação de mudanças na atividade de incêndios florestais.

“O nível global do mar subiu aproximadamente 20 centímetros desde 1900, mas há variações regionais significativas, impulsionadas principalmente pela subsidência local do terreno; as medições de marégrafos nos EUA, em conjunto, não mostram nenhuma aceleração evidente na elevação do nível do mar, além da taxa média histórica.

“A atribuição de mudanças climáticas ou eventos climáticos extremos às emissões humanas de CO2 é questionada pela variabilidade climática natural, limitações de dados e deficiências inerentes do modelo. Além disso, a contribuição da atividade solar para o aquecimento do final do século XX pode estar subestimada.

“Tanto os modelos quanto a experiência sugerem que o aquecimento induzido pelo CO₂ pode ser menos prejudicial em termos econômicos do que comumente se acredita, e políticas de mitigação excessivamente agressivas podem se mostrar mais prejudiciais do que benéficas. As estimativas do Custo Social do Carbono, que tentam quantificar os danos econômicos das emissões de CO₂, são altamente sensíveis às suas premissas subjacentes e, portanto, fornecem informações independentes limitadas.

“Espera-se que as ações políticas dos EUA tenham impactos diretos indetectáveis no clima global e quaisquer efeitos surgirão apenas com longos atrasos.”

Alvíssaras! A “indústria do clima” está ficando sem clima.

Conteúdo editado por: Aline Menezes

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