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Editado por Naomi Wolf, “The Pfizer Papers” (“Os papéis da Pfizer”) traz revelações assustadoras. Com base em documentos da própria empresa farmacêutica (vazados ou liberados sob ordem judicial) e em vasta literatura médica, o livro garante que a vacina de mRNA (“RNA mensageiro”, a tecnologia usada pela Pfizer em sua vacina contra a Covid) não era segura nem eficaz – e que o próprio laboratório sabia disso, desde novembro de 2020.
(Disclaimer infelizmente necessário, já que hoje é perigoso escrever qualquer coisa que contrarie a narrativa oficial: são Naomi Wolf e seus colaboradores que afirmam isso. Eu estou apenas resenhando o livro.)
A repercussão de “The Pfizer Papers”, há seis meses na lista dos best-sellers nos Estados Unidos, tem aumentado a pressão sobre práticas questionáveis da indústria farmacêutica, como manipulação de pesquisas, preços abusivos de medicamentos e influência indevida sobre órgãos reguladores e a comunidade médica. Aliás, a Big Pharma – o conjunto de grandes empresas farmacêuticas que domina a indústria global de medicamentos – é um dos alvos do governo Trump.
Naomi Wolf não é uma republicana. Historicamente associada ao Partido Democrata e ao movimento liberal e progressista, ela ficou famosa como defensora dos direitos civis. Nas décadas de 1990 e 2000, foi uma das principais vozes do movimento feminista. Seu livro “O mito da beleza” é considerado uma referência na luta pela igualdade de gênero.
Nos últimos anos, porém, Naomi tem criticado a expansão do controle social por parte do governo, especialmente após a pandemia de Covid-19. Ela argumenta que a crise sanitária serviu como pretexto para a implementação de um sistema de vigilância global e de monitoramento dos cidadãos, de forma a garantir a conformidade política e social da população.
A Pfizer aparece como um ator-chave nesse processo. Segundo Naomi, a empresa farmacêutica exerce hoje um poder significativo sobre as políticas globais de saúde pública. Não se trata mais de uma fabricante de medicamentos, mas uma entidade que define políticas públicas, pressionando governos e entidades internacionais.
Não é apenas um livro sobre a vacina. A resposta global à pandemia representou um perigoso ponto de inflexão, no qual liberdades civis e soberanias nacionais foram sacrificadas
A Big Pharma, afirma a autora, está no centro de uma rede que utiliza dados pessoais e informações de saúde para criar um sistema de controle global, que está suprimindo progressivamente as liberdades individuais e permitindo que governos e corporações rastreiem e vigiem os cidadãos de uma forma inédita na História.
A tecnologia de rastreamento de saúde, os passaportes digitais e os códigos QR usados durante a pandemia se tornaram ferramentas para estabelecer uma sociedade totalmente vigiada. Uma nova ordem mundial está sendo construída por meio de uma combinação de poder corporativo, controle político e manipulação social.
As grandes empresas de tecnologia, como Google, Facebook e Twitter, também teriam trabalhado em conjunto com governos e empresas farmacêuticas para censurar informações e promover apenas as narrativas oficiais.
Todas as vozes críticas que levantaram dúvidas sobre efeitos colaterais das vacinas e tratamentos alternativos foram caladas ou marginalizadas, por meio da remoção de conteúdo ou desmonetização de contas nas redes sociais - chegando mesmo ao banimento de especialistas e médicos que expressavam opiniões divergentes. Por meio da censura digital, manipulação de algoritmos e monitoramento em massa, toda dissidência foi silenciada.
Naomi afirma que a Pfizer não forneceu informações claras sobre os efeitos adversos da vacina, incluindo efeitos colaterais graves e complicações de longo prazo. Muitos dados só foram divulgados depois de muita pressão pública e judicial. Esse controle sobre a informação representa, segundo a autora, um risco para a democracia, já que pode levar a população a aceitar passivamente comandos prejudiciais ao seu interesse, por não ter acesso a informações completas e equilibradas.

“The Pfizer Papers” não é apenas um livro sobre a vacina. A resposta global à pandemia representou um perigoso ponto de inflexão, no qual liberdades civis e soberanias nacionais foram sacrificadas. Decisões sobre saúde pública foram tomadas por autoridades internacionais, como a OMS, sem a participação efetiva das populações locais ou dos governos nacionais, cada vez mais subordinados aos interesses corporativos.
Especificamente sobre a Pfizer, Naomi afirma, entre outras coisas, que a vacina mRNA apresenta elevado risco de danos duradouros em todo o organismo, especialmente no sistema reprodutivo; que uma em cada três mulheres inoculadas com a vacina mRNA teve efeitos colaterais adversos prolongados; que a miocardite induzida pela vacina mRNA não era rara, leve ou transitória, ao contrário do que foi divulgado; e que a vacina mRNA criou uma nova categoria de doença, multissistêmica e multiorgânica, que vem sendo chamada de "Doença CoVax".
Como se não bastasse, “The Pfizer Papers” também afirma que a FDA – Food and Drug Administration, a agência reguladora responsável por aferir a segurança, eficácia e qualidade de medicamentos nos Estados Unidos, sabia que os testes clínicos realizados pela Pfizer eram deficientes. A FDA teria falhado “de forma abjeta e criminosa” em sua missão de proteger a saúde dos americanos. Naomi também critica a OMS pela rapidez na aprovação das vacinas, sem uma investigação mais aprofundada de seus efeitos colaterais.
Naomi Wolf considera que a Big Pharma fez o que era melhor para seus resultados financeiros, não para a saúde pública. E afirma que isso só foi possível porque a Big Pharma, o governo dos Estados Unidos e os órgãos ligados à Saúde estavam protegidos pela ampla imunidade legal fornecida pelo Public Readiness and Emergency Preparedness Act (PREP Act), a legislação emergencial aprovada para acelerar o desenvolvimento, a produção e a comercialização das vacinas.
Para surpresa de ninguém, muitos especialistas em saúde pública e jornalistas de grandes meios de comunicação associados à Big Pharma estão criticando o livro, acusando a autora de espalhar teorias da conspiração sobre a pandemia e de distorcer informações sobre a Pfizer e a eficácia das vacinas. Cabe a cada leitor avaliar quem tem razão.




