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O presidente da Apex, Jorge Viana, que deverá disputar uma vaga no Senado em 2026, impulsiona as exportações do Acre com recursos da agência de promoção de exportações e investimentos. A atenção muito especial ao Acre é confirmada pelo próprio presidente em notas oficiais da Apex e entrevistas a veículos de imprensa do estado. Em 2024, Viana fez 10 viagens para Rio Branco. Entre as capitais, apenas São Paulo foi mais visitada, com 20 viagens.
Em 16 de janeiro deste ano, Viana afirmou ao site AC 24horas: “Quando assumi o governo do Acre, em 1999, o estado nunca havia exportado um milhão de dólares. Naquele ano, exportamos US$ 1,3 milhão. O estado registrou um crescimento expressivo de 90% nas exportações em 2024, alcançando US$ 82 milhões. O Acre foi o estado que mais cresceu em exportações no Brasil no ano passado”, ressaltou. Ele aparece em segundo lugar nas pesquisas sobre as eleições para o Senado. Foi governador do Acre de 1999 e 2007 e senador de 2011 a 2019.
Em 15 de fevereiro deste ano, Viana anunciou investimentos de R$ 12 milhões do governo federal para o beneficiamento e a industrialização do café no Acre. Em 16 de janeiro, Viana registrou: “Nós fizemos aqui no Acre 11 eventos nestes dois anos, levando esse pessoal pro mundo todo”. Na mesma entrevista, enfatizou a importância da ferrovia ligando o Brasil ao Oceano Pacífico. “Se o Brasil tiver essa ferrovia conectando o Atlântico ao Pacífico, passando pelo Mato Grosso, Rondônia e Acre, poderemos revolucionar a logística e a economia do país”, argumentou.
Em 30 de janeiro, o mesmo site registrou: “O estado registrou o maior crescimento proporcional do país, com aumento de 88% nas exportações de janeiro a novembro, em comparação ao mesmo período no ano anterior. A informação foi divulgada pelo presidente da Apex”.
“Tem muito a ver com a Apex”
Jorge Viana informou: “Enquanto muitos estados enfrentaram quedas expressivas, como Mato Grosso (-13%), Ceará (-27%) e Distrito Federal (-17%), o Acre conseguiu ampliar significativamente sua participação no mercado internacional. Eu acho que aí é a soma do trabalho de muita gente, obviamente dos produtores, mas tem muito a ver com o trabalho que nós fizemos na Apex, que significa gerar emprego aqui, trazer recursos para o Acre, porque, em 2021, o Acre exportou pouco mais de 40 milhões de dólares. Este ano, o crescimento de janeiro até novembro, faltando ainda dezembro, foi de mais de 88%. Isso significa que está dando certo”, afirmou Viana. Segundo ele, a diversificação da pauta de exportações e o uso estratégico da estrada do pacífico contribuíram para o bom desempenho do estado”.
Entre os produtos mais exportados, destacam-se as carnes bovina e suína, que somaram mais de US$ 33 milhões no período. A carne bovina, que, em 2021, gerou apenas US$ 300 mil em exportações, alcançou a marca de US$ 18 milhões em 2024. Já a carne suína saltou de US$ 1 milhão para US$ 15 milhões no mesmo intervalo. O avanço também foi impulsionado por empresas locais como a Dom Porquito, Cooperacre e Frigo Nosso, que ganharam acesso a novos mercados na Ásia e na América do Sul.
Segundo registro do AC24horas, Viana ressaltou que o desempenho do Acre foi impulsionado pelo apoio da Apex-Brasil, que desempenhou papel fundamental na abertura de mercados e na atração de investimentos. Viana demonstrou otimismo em relação ao futuro do Acre, citando que o Estado pode alcançar R$ 1 bilhão em exportações nos próximos dois a três anos, caso mantenha o ritmo atual de crescimento e ampliação de mercados.
O presidente da Apex afirmou: “Este mandato do presidente Lula abriu mais de 300 novos mercados. Sempre que possível, colocamos a Apex à disposição da região Norte, seja para grandes empresas, seja para pequenos produtores, porque é assim que o Brasil volta a conquistar o mundo”.
Levamos empresas do Acre e do Brasil para o mundo
Em 16 de janeiro deste ano, em entrevista ao programa “Bar do Vaz”, do AC24horas, Viana afirmou que o crescimento sustentável das exportações do Acre depende de políticas públicas que passam pelas parcerias entre governos, setor produtivo e atração de investidores. “Uma empresa que exporta paga melhor seus funcionários e fortalece a economia local. Nosso trabalho na Apex-Brasil é atrair mais investimentos para regiões como a Amazônia e o Nordeste, que têm potencial para exportar muito mais”, afirmou.
O presidente da Apex começou mencionando o crescimento da Dom Porquito, empresa criada durante o governo Tião Viana (irmão de Jorge), que inicialmente movimentava R$ 7 milhões por ano e, atualmente, chega a cifras próximas de R$ 100 milhões anuais. Ele atribui esse avanço à abertura de mercados internacionais e à promoção de produtos acreanos por meio de ações da ApexBrasil. “Abrimos mais de 300 mercados internacionais. Levamos empresas do Acre e do Brasil inteiro para o mundo, como o Paulo, da Dom Porquito, que hoje não dá conta de atender os pedidos”, afirmou.
Ele também falou sobre o papel da infraestrutura para fomentar a economia local. Viana anunciou que, durante a próxima visita do presidente Lula ao Acre, serão apresentados novos investimentos para a BR-364 e projetos de ampliação de cadeias produtivas, como a da Dom Porquito e da Cooperacre. “Estamos trabalhando para ampliar essas cadeias produtivas e gerar ainda mais empregos. Esse sistema funciona no mundo inteiro”, acrescentou.
De 6 a 8 de maio de 2024, Viana esteve em Rio Branco com equipe da Apex, em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos para estimular a produção de biomateriais para a indústria de calçados no Brasil.
"Um olhar diferenciado para a Amazônia"
Em outubro deste ano, Viana lançou, em Rio Branco, o novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), que atenderá, em dois anos, empresas de todo o Acre. Viana esclareceu que o programa da Apex prepara, sobretudo, pequenos negócios para conquistarem mercados no mundo com competitividade, contando com a parceria do Sebrae. “Nós estamos fazendo isso em todos os estados do Brasil e com um olhar um pouco mais diferenciado para a Amazônia”, destacou. Essa missão aqui no Acre envolve duas ações: identificar produtos que existem na região e que possam ser usados por empresas que exportam”.
Jorge Viana revelou que somente 50 empresas serão selecionadas. “Como temos um convênio grande com o Sebrae Nacional, que eu assinei lá no Palácio Federal este mês, de R$ 170 milhões, metade da Apex e metade do Sebrae, nós vamos pegar na mão de micro e pequenas empresas para que possamos ajudar até que essas empresas estejam exportando”, explicou.
O presidente da Apex revelou ainda que está trabalhando para colocar a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em funcionamento. “Estou trabalhando de forma discreta, só espero que não me atrapalhem, pois isso foi pensado há muito tempo. Não se trata de um elefante branco”, afirmou.
Em novembro de 2023, no auditório do Sebrae em Rio Branco (AC), houve o evento de lançamento do Exporta Mais Amazônia. O programa tem como objetivo impulsionar as exportações de produtos compatíveis com a floresta. O evento contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Viana ponderou: “Não é admissível que a Bolívia exporte 140 milhões de dólares em castanha enquanto a Amazônia exporta apenas R$ 15 milhões. Não é aceitável que o Vietnã exporte 600 milhões de dólares em pimenta do reino e o Brasil apenas 100 milhões. Estamos lançando o Exporta Mais Amazônia e garanto a vocês que o governo do presidente Lula vai abrir espaço para quem quiser iniciar atividades nessa direção”.
"Nenhum estado foi discriminado", diz Apex
O blog perguntou à Apex como a agência justifica o estímulo especial ao reduto eleitoral do seu presidente. A Apex respondeu que “a atual gestão vem, sem prejuízo de outras regiões, priorizando programas de promoção das exportações no Norte e no Nordeste do país, sem discriminar qualquer estado. O compromisso com ações para redução das desigualdades regionais é, inclusive, uma diretriz inscrita em nosso Plano Estratégico 2024-2027. Esses programas levam em conta também o fato de que os estados das regiões Norte e Nordeste são os que têm maior potencial de crescimento das exportações do Brasil, com a possibilidade de dobrar ou até triplicar números de hoje”.
A agência afirmou que, atualmente, dos US$ 339 bilhões exportados pelo país, cerca de US$ 28 bilhões são oriundos da região Nordeste e US$ 26 bilhões do Norte. No caso da Amazônia, essa participação acabaria reduzida a apenas U$ 5 bilhões, se descontadas as exportações de minério da Vale do Rio Doce. “Apesar dos esforços da Agência, as empresas exportadoras apoiadas pela Apex Brasil também ainda estão distribuídas de forma bastante desigual no país: 52,2% são da região Sudeste, 34,1% do Sul, 6,9% do Nordeste, 4% do Centro-Oeste e apenas 2,8% são dos estados no Norte”, diz a nota.
A Apex acrescentou: “Ainda temos um longo caminho à frente para mitigar distorções, mas a Apex Brasil vem dando passos importantes, como a criação de programas como o Exporta Mais. Esse programa leva compradores estrangeiros aos municípios e promove rodadas de negócios com exportadores locais. Em 2023 e 2024, foram realizadas 28 edições, em 25 estados brasileiros. Dessas, apenas uma rodada foi realizada no Acre, que ainda é o estado que menos exporta no Brasil. O valor exportado pelo estado aumentou US$ 42 milhões de 2023 para 2024, passando para US$ 87 milhões, um total ainda bem menor do que os US$ 970 milhões exportados pelo Amazonas e os US$ 2,6 bilhões de Rondônia em 2024. Por fim, nenhum estado brasileiro foi discriminado ou indevidamente favorecido pelas ações da ApexBrasil”.





