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Lúcio Vaz

Lúcio Vaz

O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília

Gastança na Câmara

Salários de assessores e deputados somaram 1 bilhão em 2024

Hugo Motta e Arthur Lira
Hugo Motta e Arthur Lira gastaram juntos R$ 3,4 milhões (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

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Os salários dos assessores dos deputados federais somaram R$ 711 milhões em 2024 – o equivalente a 300 mil benefícios anuais do programa Pé-de-meia. Somando com os auxílios pagos aos assessores (R$ 167 milhões) e os salários dos deputados (R$ 258 milhões), a gastança chegou a R$ 1,1 bilhão. Seriam cerca de R$ 4 bilhões durante o mandato de quatro anos.

A maior parte foi paga aos secretários parlamentares – R$ 606 milhões. Eles recebem os menores salários. Em 2024, variavam de R$ 1.518 – o valor do salário mínimo – a R$ 18,7 mil. Os ocupantes de Cargos de Natureza Especial (CNEs) em exercício nos gabinetes dos deputados custaram mais R$ 106 milhões. Originalmente, esses cargos eram destinados à Mesa Diretora, gabinetes de comissões e de lideranças partidárias. Mas os deputados acabaram levando CNEs para os seus gabinetes. O salário dos deputados estava em R$ 44 mil em 2024.

O tamanho da despesa acompanha aproximadamente o número de deputados de cada partido.  Os salários dos assessores do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, somaram R$ 132 milhões. Os assessores do PT, do presidente Lula, custaram R$ 92,5 milhões. Os assessores do União Brasil somaram R$ 78 milhões. Os assessores do PP, do então presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), somaram R$ 71 milhões. Os assessores do Republicanos, do atual presidente, Hugo Motta (PB), custaram R$ 63 milhões. Na outra ponta, o Novo gastou R$ 4,2 milhões; o Rede, apenas R$ 1 milhão. (Veja o ranking completo abaixo). As despesas em 58 gabinetes com folha de pagamento acima de R$ 1,7 milhão somaram R$ 105 milhões. Doze são do PL e 8 do PT.

Os deputados que mais gastaram

O gabinete mais caro foi o de Marreca Filho (PRD-MA) – 2,25 milhões. O gabinete de Renata Abreu (Podemos-SP) custou R$ 2,1 milhões – o mesmo valor gasto nos gabinetes de Zeca Dirceu (PT-PR) e Welington Roberto (PL-PB). Alguns deputados ilustres também gastaram muito. O gabinete do então líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), custou R$ 1,9 milhão O gabinete do atual presidente, Hugo Motta, gastou R$ 1,8 milhão no ano passado.

O gabinete do então presidente Arthur Lira custou R$ 1,6 milhão. Sem contar as dezenas de assessores do gabinete da Presidência da Câmara. O gabinete do líder do PDT (CE), André Figueiredo, custou R$ 1,8 milhão. As despesas em 58 gabinetes com folha de pagamento acima de R$ 1,7 milhão somaram R$ 105 milhões. Nesse grupo privilegiado, 12 deputados são do PL e 8 do PT.

O gabinete da então presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), gastou R$ 1,76 milhão. Ela agora é ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, com a difícil tarefa de arregimentar apoio ao governo no Congresso. O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) gastou R$ 1,72 milhão com assessores. O mesmo valor gasto no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O gabinete de Nikolas Ferreira (PL-MG) gastou R$ 1,7 milhão. Jandira Feghali (PCdoB) gastou R$ 1,6 milhão. Mais uma demonstração de que a gastança não tem partido nem ideologia.

O gasto médio por gabinete chegou a R$ 1,38 milhão, mas esse número não é preciso porque vários deputados não exerceram o mandato o ano todo. O Novo, partido crítico aos exageros nos gastos público, gastou R$ 4,2 milhão com assessores. Com quatro deputados, a despesa média ficou em R$ 1 milhão. Os assessores do gabinete de Marcel van Hattem (RS), principal liderança do partido, custaram R$ 958 mil.

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