
Quem escreve muitas vezes não dá a devida importância à revisão, porém é um passo em falso entregar ao professor, ao chefe no escritório, ao orientador de um trabalho acadêmico ou editar, no caso dos blogueiros, um texto sem a devida revisão, mas vez por outra nos distraímos, não é mesmo, leitor?
Já perdi a conta das vezes que editei textos aqui mesmo neste NA MIRA e, logo em seguida, precisei ajustar uma letrinha aqui e ali, um sinal de pontuação mal assinalado ou substituí expressões repetidas por outra de igual sentido para não ferir a ideia e, sobretudo, oferecer o bom exemplo da diversidade vocabular e do cuidadoso empenho ao compartilhar um texto com os leitores que estabelecem fidelidade ao blog – e, ainda bem que na internet posso corrigir as bobeiras da pressa e da desatenção.

A vestibulanda Larissa Santana revisa seu texto – Encontros Marcados com a Redação, set. 2009
A situação muda em ocasiões, tal como a da prova de redação, por isso antes de entregar um texto ao exame do corretor observe se há repetições inconvenientes e muito próximas, se a pontuação está limitada ao emprego da vírgula e do ponto final, se trocou as letras e escorregou nas armadilhas da ortografia, se os verbos estão ajustadinhos e bem flexionados e por ai vá considerando. Lembre-se: revisar atentamente tudo o que se escreveu, ainda na condição de rascunho, evita a chateação de avistar problemas na versão final do texto.
Quer treinar a escrita sobre o tema de hoje?
Proposta 1 – Você costuma aproveitar bem as recomendações do seu professor de redação e rascunhar as ideias antes de fazer a versão final? Argumente.
Proposta 2 – Com o advento da digitação a escrita manuscrita parece ser insuportavelmente lenta para quem está bem acostumado a escrever velozmente no teclado do computador ou do celular; é o seu caso? Costuma apagar muitas vezes o que escreve na redação manuscrita? Na hora da prova de redação é preciso manter a objetividade e saber aproveitar o tempo destinado à feitura do rascunho e da versão final. Entre a elaboração de um e outro surge a revisão necessária. Você costuma fazê-la atentamente? Conte aqui como age diante dos desafios da escrita e do pouco tempo disponível para atender às propostas nos cursinhos durante os simulados ou nas suas experiências com vestibulares?

Muitos digitam velozmente, mas nunca devem desconsiderar a revisão necessária
Proposta 3 – Ao digitar um comentário em um blog você reserva alguns minutos à revisão do que escreveu? Pensa na recepção do seu texto pelos demais ou conserva indiferença com relação ao resultado da expressão das suas ideias na internet?
Vale aqui lembrar: nas diversas situações presididas pela oralidade temos a possibilidade de corrigir nossos enganos; basta reconsiderar e ajustar o necessário com o interlocutor, mas na escrita manuscrita nem sempre há essa alternativa. É imprescindível ficar atento ao que se pretende comunicar, sempre.
O rei da revisão – Uma das funções de um professor de português é a revisão/correção de textos, mas exceto nas condições excepcionais de um concurso público, não vamos sair canetando aqui e acolá como se a caneta vermelha fosse uma faca enlouquecida; nosso trabalho é de ajustar a escrita ao contexto e aos objetivos que ela pretende alcançar – e , contar com a ajuda de quem está ali para indicar melhorias ao texto e torná-lo mais comunicativo sempre cai muito bem, concorda comigo, leitor?
A queixa constante dos estudantes – Muitos dos meus alunos costumam queixar das correções feitas por revisores despreparados; não basta apenas, por exemplo, apontar que há ” problemas de coesão”; é preciso indicar como superá-los e, nada como uma revisão nos elementos coesivos, ou seja: examinar as conjunções, os pronomes relativos e o emprego ajustado da pontuação, mas para recomendar é preciso conhecer bem o assunto, além de método eficiente para orientar aos que limitados por circunstâncias tão diversas precisam de dicas objetivamente certeiras.
Uma crítica oportuna – Infelizmente até hoje não li qualquer notícia de que um curso de Letras trate os alunos como futuros profissionais do ensino do idioma, mas os habilitam, depois de quatro anos, ao mercado de trabalho, inclusive à revisão/correção de textos sem lhes preparar devidamente às funções decorrentes dessa habilitação. O resultado está ai para ninguém deixar de observar: colegas despreparados corrigindo textos de estudantes ainda mais desorientados com a escrita. Não dá para entender.
Recomendação imperdível: sugiro não deixar de ler o que escreveram os colegas professores Simone Venske, em Reescrever um texto ajuda a melhorá-lo( Caderno Vestibular) e Adilson Alves, em Língua Padrão e classes sociais( Vida e Cidadania), ambos na Gazeta do Povo de hoje.
Até a próxima!



