
Hoje reafirmo o tom didático desta página em decorrência de uma proposta voltada aos vestibulandos, pressupostos leitores do Na Mira. Simultaneamente ao meu curso de redação ( vide nota abaixo) ofereço aqui orientações centradas na diversidade de textos comumente presentes nos vestibulares concorridos. O de hoje? Será o resumo. O de amanhã? O texto argumentativo. Está a fim de aprender ou revisar como se elabora um resumo? Pois bem, continue a leitura.
Listei alguns pontos fundamentais para que você saiba produzir uma síntese, denominação igualmente apropriada ao compacto informativo. Acompanhe-os.
1- É preciso considerar o resumo como uma síntese, uma sinopse, um apanhado geral do que se leu, ouviu ou testemunhou.
2- Identificar a fonte( quem escreveu, onde foi publicado e a data da edição) é imprescindível.
3- Apontar o tema do resumo faz parte, não esqueça, jamais!
4- Estabelecer uma gradação entre idéia principal e secundárias é básico.
As características representativas de um resumo envolvem a sua objetividade e a fidelidade ao que se examinou; nada de frases mal elaboradas e parágrafos extensos ou acréscimos pessoais . Fazer resumo é compactar idéias e sintetizá-las. Tenho certeza de que você já ouviu falar muuuuitas vezes a frase ” ir direto ao ponto”, não é mesmo? Pois é exatamente essa atitude a esperada quando se pede um resumo.
Quer treinar a redação de duas sínteses? Vamos lá…
Proposta 1
I- Examine as informações:
Uma das minhas alunas de redação, candidata ao curso de Direito , mandou um torpedo para o meu celular, ontem à noite. O texto segue aqui transcrito na íntegra e a imagem feita pelo fotógrafo Albari Rosa ajudam a dimensionar a situação:

Barco fazendo resgate de objetos em Navegantes, Santa Catarina: famílias voltam a suas casas só para tentar salvar o que ainda é possível
” Doralice: estou em santa catarina sem poder voltar ao parana por causa dos temporais, assim que conseguir chegar a ctba eu aviso, obrigada. Brune.”
O texto de Felipe Lessa ” Alerta máximo para chuvas no Paraná ” ( GP, Vida e Cidadania, 25 de nov.) acrescenta novidades à situação; confira:
“A Defesa Civil do Paraná emitiu, nesta segunda-feira (24), alerta máximo para chuvas intensas em todos os municípios do Litoral paranaense. Os temporais podem ocorrer nas próximas 24 horas, provocando novos pontos de alagamentos e deslizamentos de terra. Durante o fim de semana, as chuvas provocaram 45 pontos de alagamento, quedas de árvores e o desabamento de três casas em Paranaguá. Uma pessoa morreu soterrada na BR-376.
“O alerta foi comunicado pela Defesa Civil Nacional e imediatamente retransmitido para todas as nossas regionais, que por sua vez alertaram os municípios que devem ser atingidos pela chuva”, informa o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, da Coordenadoria de Defesa Civil do Paraná. Segundo Pinheiro, deve atingir o Litoral e parte da região Sul do Paraná e vários municípios de Santa Catarina.
O alerta máximo ocorre no momento em que a situação estava caminhando para a normalidade no Paraná. “O problema é que o nível de água de nossos rios ainda é alto e a chuva intensa prevista pela Defesa Civil Nacional pode provocar novos pontos de alagamento e deslizamentos. Daí a importância deste alerta máximo, para que todos estejam prontos para acessar o plano de contingência, que prevê a retirada imediata da população nas áreas de risco”, destacou Pinheiro.
O plano de contingência elaborado pela Defesa Civil envolve prefeituras, órgãos públicos, voluntários, que devem agir de forma integrada. “O plano de contingência consiste na preparação de equipes, barcos, retroescavadeiras, ambulâncias, ônibus para a retirada de pessoas das áreas de risco e a escolha de locais para os abrigos públicos”, resume Pinheiro. ”
II – Elabore, a partir das informações acima , um resumo acerca da tragédia climática que açoita o vizinho estado de Santa Catarina; limite-se a 12 linhas.
Proposta 2
Examine o editorial Morrem os jovens( GP, Opinião, 25 de nov. ) e a imagem produzida pelo fotógrafo Antonio Costa e elabore um resumo; não exceda as 7 linhas.

Parentes de vítimas aguardam liberação de corpos no Instituto Médico-Legal de Curitiba, no domingo: filas e muita espera
”
O agravante da onda de violência no país é que os mortos são principalmente os jovens – mais do que ninguém em seus dias de viver. A contar pelo Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2007, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), as cidades devem muito a eles. As soluções têm de ser uma força-tarefa regional em torno dos moços, pobres moços – sejam vítimas ou algozes.
No Paraná, cerca de 900 mil rapazes e moças entre 18 e 24 anos estão fora da escola. É fato que há dados a favor: eles aumentaram seu tempo de permanência nos estudos de 8 para 9 anos, mas vivem numa das sociedades mais desiguais do país, o que no entender dos cientistas sociais explica os altos índices de violência na região.
Saber disso é o bastante: a próspera sociedade paranaense pode colocar seus jovens em perspectiva – e com isso dirimir a violência. Um dos caminhos tem sido apontados pelo Observatório da Habitação, idealizado pelo procurador de Justiça Saint-Clair Honorato dos Santos.
Trata-se de um fórum, com múltiplos agentes da sociedade – de líderes comunitários a empresários de fina-cepa. Todos expõem suas mazelas. Ao final, firma-se o compromisso de troca, convivência, intercâmbios, como oficinas de acolhidas para os jovens. Todos têm voz. Falam de sua realidade para além do crime e castigo. Ao final, tem-se um pacto. É tudo do que precisamos.”
Até a próxima!
Encontros Marcados com a Redação; aulas diárias para vestibulandos até dia 5 de dezembro; reservas: casadalinguagem@uol.com.br



