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Na noite em que Jesus nasceu, o carpinteiro José saiu do estábulo com o Menino nos braços, ergueu-o delicadamente por um instante e disse em pensamento:
— Estrelas, contemplai as mãos que vos criaram.
Mais tarde, ainda naquele primeiro Natal, ele outra vez saiu com Jesus no colo e falou sem usar a voz:
— Sol, contemplai o braço que vos tirou do nada.
E foi assim, silencioso, que um homem desconhecido se apresentou às irmãs de Loreto, em Santa Fe, nos Estados Unidos. Corria o ano de 1878. As irmãs estavam felizes porque a Capela de Loreto finalmente ficara pronta, após cinco anos de construção, mas havia um problema: o coro da capela ficara sem acesso. Para complicar, o arquiteto responsável pelo projeto falecera pouco antes.
Sem saber o que fazer, as irmãs iniciaram uma novena a São José, o carpinteiro. No último dia, apareceu o desconhecido. Ele se dispôs a construir uma escada, mas sob a condição de trabalhar sozinho e a portas fechadas.
Alguns dias depois, as irmãs entraram na capela e se depararam com uma obra-prima da arquitetura e da engenhosidade humana: uma escada em espiral, com duas voltas de 360 graus, sem pregos e sem coluna de sustentação. Um verdadeiro milagre da carpintaria, com sete metros de altura e 33 degraus (sendo 7 o número de Deus e 33 a idade de Cristo). A madeira da escada é de abeto, uma espécie não encontrada nos Estados Unidos.

O misterioso carpinteiro nunca mais foi visto, mas a escada existe até hoje e virou ponto de peregrinação. Um amigo que esteve recentemente com a família na Capela de Loreto afirma que as pirâmides do Egito e as catedrais góticas da Europa o impressionaram menos.
Embora apareça poucas vezes e não pronuncie uma só palavra nas Escrituras, São José tornou-se o padroeiro universal da Igreja. E o motivo para isso é eloquente: aquele carpinteiro foi o guardião do Logos divino encarnado nos primeiros anos de sua vida na Terra. Tudo que José faz são gestos de coragem, de lealdade, de fidelidade, de pureza, de prudência.
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É por isso que todos os dias eu rezo para que ele interceda por nós, com a mesma força e o mesmo amor que teve para proteger o Menino Jesus e a Virgem Maria.
Há muita gente precisando de sua intercessão, José: os inocentes; os sequestrados; os perseguidos; os exilados; os silenciados; e, sobretudo, os que estão perdendo suas vidas em nome daquele que nasceu no estábulo de Belém.
De vários modos diferentes, há hoje 380 milhões de cristãos perseguidos no mundo. A perseguição começa na ridicularização e na blasfêmia e acaba no martírio de sangue
Certa vez, eu sonhei que os mártires do nosso tempo subiam os 33 degraus de uma escada construída por você, José. Na madeira, deixavam um rastro de sangue, e, ao final, viam o coro dos anjos que circunda o próprio Deus.
Hoje eu penso especialmente em nossos irmãos nigerianos, José. Neste ano, mais de 7 mil cristãos daquele país foram mortos por conta de sua fé. Agora, pouco antes do início do Advento, 300 crianças e adolescentes de uma escola católica foram sequestrados por terroristas islâmicos — e o mundo pouco ou quase nada fala.
Esse silêncio do mundo é essencialmente diferente do seu, José — ao contrário do seu, é um silêncio de covardia, medo e comodismo, quando não de secreto júbilo.
Peça ao seu Filho adotivo que salve essas 300 crianças, José! Ainda é cedo para que elas subam os 33 degraus da escada para a vida eterna. Que elas tenham a alegria de passar o Natal em casa — mesmo que seja uma casa tão humilde quanto a sua, meu bom carpinteiro.
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