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Paulo Briguet

Paulo Briguet

“O Paulo Briguet é o Rubem Braga da presente geração. Não percam nunca as crônicas dele.” (Olavo de Carvalho, filósofo e escritor)

Conservadorismo

APAS: o evento que os comunistas queriam cancelar

Após a tentativa de cancelamento, cresce o interesse pelo APAS 2025, que terá a participação dos deputados Luiz Philippe (PL) e Nikolas Ferreira (PL). (Foto: Pablo Valadares/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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Neste país dos sonhos de Gramsci, em que quase todo mundo, à esquerda ou à direita, é socialista, mesmo sem saber disso, organizar um evento político sem objetivos eleitorais ou revolucionários é um supremo ato de heroísmo. Nesse sentido, o APAS (Ação Política Atlântico Sul), cuja segunda edição será realizada no próximo sábado (23), em Itajaí (SC), representa não apenas um ponto fora da curva, como um acontecimento excepcional que ajudará a mudar a nossa história e a salvar uma sociedade que caminha a passos largos para o abismo.

São as ideias e o ambiente cultural que produzem a política, não o contrário. Partindo desse pressuposto, o APAS Conference 2025 terá a participação de grandes nomes que enriquecem o debate de ideias no país e no continente, entre eles Flávio Morgenstern, Thomas Giulliano, Silvio Grimaldo, Paula Schmitt, Otavio Fakhoury, André Pirajá, Guillermo Domenech, Nikolas Ferreira, Ana Campagnolo e Luiz Philippe Bragança. Até este cronista de sete leitores terá a honra de participar do evento. É como dizia meu amigo Miranda, ás da sinuca: “Junta-te aos bons e serás confundido com eles”.

Mas não é que o sucesso do APAS incomodou a esquerda? De modo pitoresco, alguns grupos marxistas resolveram questionar a realização do evento em um ambiente universitário — o Teatro Adelaide Konder, na Univali. Como de hábito, xingaram-nos de “fascistas” e “golpistas”.

Isso, mais uma vez, prova a minha tese de que um dos pilares fundamentais da mentalidade esquerdista é o silenciamento das vozes discordantes. Posso até imaginar a revolta que se passa na cabeça dos militantes: “Quem esses conservadores pensam que são, defendendo a vida, a liberdade e a propriedade como direitos naturais concedidos por Deus aos seres humanos?”

As tentativas frustradas de cancelamento do APAS demonstram, pela enésima vez, que, de todos os problemas que afligem o Brasil, o mais urgente e grave é o problema da inteligência. Olavo de Carvalho exemplificava isso com maestria, mandando-nos imaginar a figura de um homem que se encontra na seguinte situação: desempregado, despejado, cheio de dívidas, abandonado pela mulher, doente e louco.

Qual é o primeiro problema que esse pobre homem precisa resolver? Obviamente, ele precisa recuperar a sanidade mental. Se continuar louco, não poderá resolver nenhum dos outros problemas. Sem a inteligência — ou seja, a capacidade de apreender a realidade — nada será resolvido. Como dizia o saudoso professor José Monir Nasser, uma sociedade não pode ser próspera, nem livre, nem justa, nem minimamente decente antes de ser inteligente.

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Todos nós conhecemos a humilhante derrota que a esquerda brasileira sofreu em 1964, bem como a sua longa marcha para a ocupação das instituições nos anos seguintes, durante a própria ditadura militar.

Enquanto os milicos se preocupavam em combater a esquerda armada, a esquerda organizada assumia o controle das universidades, das escolas, das redações de jornal, das casas editoriais, das comunidades religiosas, da cultura, do entretenimento e das entidades da sociedade civil. Quando o regime militar acabou, a população brasileira estava presa no cativeiro de seus sequestradores de esquerda.

Mas, antes das vitórias de FHC e Lula e do teatro das tesouras, a esquerda teve ainda uma aparente nova derrota: Collor venceu em 1989, praticamente ao mesmo tempo em que caía o Muro de Berlim. E o que Lula fez? Ficou chorando no chuveiro? Não: fundou, em julho de 1990, o Foro de S. Paulo, com o objetivo declarado de recuperar para a esquerda na América Latina aquilo que havia sido perdido no Leste Europeu.

Quando estive na primeira edição do APAS, em 2024, testemunhei a criação de um ambiente propício ao desenvolvimento e à sistematização de ideias capazes de realmente mudar os rumos do Brasil e resgatar aquilo que de melhor a nossa civilização produziu ao longo da história. Eu vi lideranças e estudiosos de diversos campos — política, cultura, economia, educação, comunicação — empenhados em pensar soluções reais e concretas para o Brasil.

Para falar a verdade, àquela altura eu estava cansado de ir a eventos da direita que não passavam de micaretas eleitorais, onde o quadrinômio Deus-Pátria-Família-Liberdade era repetido exaustivamente como uma espécie de mantra que pudesse gerar, por si mesmo, num passe de mágica, a redenção do país.

No entanto, o que eu encontrei no APAS foi algo que parecia definitivamente perdido nos eventos da direita brasileira: substância. E é exatamente isso que as pessoas vão encontrar nas palestras e grupos de trabalho da conferência. Sim, é possível ter esperanças no futuro do conservadorismo mesmo neste país em que a direita tantas vezes insiste em continuar sendo de esquerda.

O APAS, meus amigos, é o verdadeiro contraponto ao Foro de S. Paulo. É o momento em que os brasileiros defensores da liberdade poderão discutir suas estratégias e formular propostas concretas para a ação política nos próximos anos.

A diferença entre o APAS e o Foro de S. Paulo é que, em vez de reavivar o movimento comunista, mobilizar partidos revolucionários e fortalecer organizações criminosas, nós vamos trabalhar juntos para a consolidação de uma civilização voltada ao Sumo Bem, com a base sólida e inexpugnável dos princípios cristãos.

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Conteúdo editado por: Aline Menezes

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