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“Fica vermelha, cara sem vergonha!”
(Bordão do programa Viva o Gordo, nos anos 80)
A maioria dos brasileiros sente vergonha do Lula e do Supremo Soviete Federal. Mas, afinal, o que é a vergonha? Muito além de um mero desconforto, trata-se de uma emoção complexa e profundamente debilitante que envolve sentimentos de desonra, ridículo, constrangimento e humilhação. O ser humano se envergonha quando descobre que algo fundamental se perdeu. Não foi por acaso que Adão e Eva sentiram vergonha da própria nudez depois que pecaram. A vergonha representa a natureza decaída do homem, que só pode ser redimida pela graça de Deus.
Cármen Lúcia, do Supremo Soviete, resolveu justificar o seu voto pela instauração do primado da censura no Brasil com palavras que envergonham qualquer um:
— Censura é proibida constitucionalmente, é proibida eticamente, é proibida, eu diria, até espiritualmente. Mas não se pode, também, permitir que nós estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos. Soberano é o Brasil, soberano é o Direito brasileiro.
Peço a vocês, meus sete leitores, que reparem na palavrinha de três letras destacada em negrito: MAS. O uso da conjunção adversativa depois de uma afirmação peremptória consiste em um dos truques retóricos mais baratos que existem. Na verdade, o que a Carminha quis dizer foi o seguinte:
— A censura é proibida, mas nós vamos censurar vocês, seus babacas.
A soberania passou do povo para o Direito, e nós sabemos que o Direito no Brasil hoje é a opinião da esquerda. Ou seja, o que vale não é a liberdade das pessoas — um dom de Deus —, mas a vontade dos juízes esquerdistas. Assim o Supremo Soviete pretende enterrar de vez a liberdade de pensamento em nosso país.
Nos últimos dias estive relendo um livro que me acompanha há 40 anos: “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury. Nesse genial romance distópico, publicado em 1953, o autor cria um poderoso símbolo da inversão ontológica da realidade na figura do bombeiro-incendiário, aquele que não apaga incêndios, mas os provoca. O bombeiro que ateia fogo em livros é o irmão do jornalista que desinforma, do médico que se nega a curar, do artista que abomina a beleza, do intelectual que se orgulha da ignorância, do professor que não ensina, do tolerante que baba de ódio — e da ministra que decreta a censura às redes sociais depois de repudiar a mesmíssima censura.
Se Ray Bradbury estivesse aqui para escrever um livro sobre a realidade brasileira, os agentes da destruição não seriam bombeiros, mas coveiros: os coveiros da liberdade. Da mesma forma que os incendiários de “Fahrenheit 451” destruíam livros, os coveiros do Brasil optaram por sepultar verdades.
Com o AI-5 digital, a ditadura socialista pretende garantir que o teatro político brasileiro nunca mais seja desmascarado. Doravante, toda e qualquer verdade desagradável para a esquerda será punida como ato antidemocrático, discurso de ódio (ou de “ódia”, no bizarro neologismo de Carminha), golpe de Estado, homofobia, capacitismo, desinformação ou excesso de ironia.
O plano da esquerda agora é enterrar todas as vergonhas do regime PT-STF: a morte da Justiça, o golpe socialista de 2022, a soltura dos corruptos e bandidos, a centralização de poder, a destruição econômica do país, o domínio do crime organizado, a aliança com ditaduras genocidas, a idiotização em massa, a criminalização da oposição, a aniquilação da classe média, o sequestro de inocentes, o roubo e a mentira como método de governo.
Nossa esperança, contudo, está em algo que os inimigos da liberdade frequentemente ignoram. Por mais que tentem sepultar a verdade, ela sempre encontra uma forma de ressuscitar. Quando isso acontecer, os coveiros de hoje sentirão muita vergonha, mas talvez seja tarde demais para eles.




