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“Até parece que foi ontem minha mocidade/ Com diploma de sofrer de outra universidade.”
(Belchior)
Companheiros e companheiras,
Pode parecer inacreditável, mas um dia eu fui um de vocês. Sim, este cronista de sete leitores, aluno do Olavo de Carvalho, colunista da Gazeta do Povo, apresentador e palestrante do APAS Conference 2025, era comunista muitos anos atrás. Isso, acreditem, é uma boa notícia: significa que o caso de vocês tem cura.
Quero começar agradecendo a oportunidade que me deram ao se manifestarem durante o APAS. Pela primeira vez em muitos anos, pude reformular o batidíssimo slogan de vocês e gritar uma boa resposta:
— Recua, comunista, recua!
Alguns de vocês, no fundo, devem ter dúvidas sobre o tipo de vida que estão levando. Quero dizer aqui, sem ironia e sem rancor, que é possível mudar, e eu sou a prova viva dessa possibilidade.
Foi por amor que abandonei a militância: amor à minha família e ao conhecimento. Graças a esses dois amores, descobri que o comunismo era apenas outro nome para a mentira, a maldade e a autodestruição.
A propósito, foi exatamente sobre esse tema que eu falei na palestra de abertura do APAS, mostrando como a mentalidade revolucionária é a fórmula para o democídio — o assassinato do povo pelo próprio governo. Basta ler com atenção o Manifesto Comunista e os escritos de Lênin e Trotsky para entender isso.
Um dos cartazes que vocês levaram ao protesto contra o APAS dizia:
UNIVESIDADE (sic) É LUGAR DE CIÊNCIA!
Grafar erroneamente o nome da instituição que vocês dizem defender explica muita coisa sobre vocês. Mas eu entendo: vocês não querem uma universidade no sentido original do termo, muito menos a ideia universitária original, concebida pela Igreja Católica. A simples possibilidade de uma instituição que permita o livre debate e o confronto de ideias lhes parece algo abominável.
Vocês não querem discutir conosco. Querem nosso silêncio, nossa prisão e nossa morte. Só faltou combinar com os russos. (Não exatamente os russos, mas vocês me entenderam.)
VEJA TAMBÉM:
Se vocês, militantes da “univesidade”, assistissem às palestras do APAS, entenderiam que o conservadorismo é uma forma de amar e preservar aquilo que a sociedade melhor produziu ao longo do tempo, e não um projeto de poder
Vocês ouviriam Thomas Giulliano explicar por que o Brasil nunca foi um país realmente livre.
Ouviriam Ana Campagnolo demonstrar como a hidra revolucionária atua para se infiltrar e dominar todas as instituições sociais, não apenas o Estado.
Ouviriam André Pirajá denunciar que o direito de propriedade rural não existe no Brasil, e que isso pode causar a fome de toda a população.
Ouviriam Silvio Grimaldo apontar de que maneira os militares brasileiros sempre foram parte ativa do movimento revolucionário.
Ouviriam o senador Guillermo Domenech falar sobre a Encíclica Rerum Novarum, em que o Papa Leão XIII defendeu a propriedade privada e criticou fortemente o socialismo.
Ouviriam Flávio Morgenstern provar, com exemplos históricos, que a corrupção da linguagem leva à implantação de regimes totalitários.
Ouviriam Nikolas Ferreira, me fazendo lembrar uma passagem de Ortega y Gasset, afirmar que existem princípios que valem o sacrifício da própria vida.
Por fim, na apresentação do grupo teatral O Tempo, vocês teriam preciosas lições sobre a fé, o perdão e a vida eterna.
Se vocês, meus jovens — ou nem tão jovens — amigos, em vez de tentar impedir a realização do APAS, ouvissem o que foi dito por lá, teriam uma chance de mudar de vida, como recomenda o famoso poema de Rilke.
Mas essas coisas a gente não aprende na “univesidade”.
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