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Já tive a oportunidade de contar a vocês, meus sete leitores, como a figura nefasta de Josef Stálin (1878-1953), um dos maiores assassinos da história, responsável pela morte de aproximadamente 20 milhões de pessoas, segue sendo o modelo de governante para a esquerda mundial, mesmo 72 anos depois de sua morte.
Por uma providencial coincidência, no mesmo dia em que saiu minha mais recente crônica sobre o assaltante de banco que se tornou senhor do mundo, a Gazeta publicou um excelente texto de meu amigo Fábio Galão sobre o “renascimento” do culto a Stálin na Rússia de Vladimir Putin.
Não há como negar: o fantasma de Stálin paira sobre nós.
No Brasil, o ditador soviético inspira as ações do Regime PT-STF em sua implacável perseguição a críticos e na criação de um julgamento farsesco para incriminar o maior líder da oposição.
O tratamento dispensado pelo regime a Jair Bolsonaro e à direita faz lembrar os famosos Processos de Moscou, em que Stálin eliminou todos os seus rivais na disputa pelo poder, utilizando, para tanto, narrativas falsas, baseadas em tortura e delação.
Na Rússia, a figura e o nome do ditador foram exaltados na comemoração do 90° aniversário do metrô de Moscou, com a inauguração de alto-relevo que mostra Stálin sendo saudado por trabalhadores.
Aqui, é preciso observar que o ano de 1935 marcou a consolidação de Stálin como ditador absoluto. Dois anos antes da inauguração do luxuoso metrô moscovita, Stálin confiscara a produção de grãos na Ucrânia, levando à morte de 3,9 milhões de pessoas no Holodomor (holocausto ucraniano).
Um ano depois, o ditador iniciaria os julgamentos farsescos em Moscou, que resultaram no Grande Terror de 1937-1938, com mais de 10 milhões de mortos por fuzilamento, fome ou exaustão no Gulag (o sistema soviético de campos de concentração).
Em outras palavras: o metrô de Moscou e o impulso à industrialização na União Soviética foram promovidos à custa da vida de milhões de pessoas inocentes.
Reerguer um monumento a Stálin na Estação Taganskaya, portanto, é afrontar as memórias das vítimas do comunismo, que pereceram no Gulag, na Lubianka e nas fazendas da Ucrânia enquanto seu assassino era aplaudido e exaltado como Guia Genial dos Povos.
Mas não se trata apenas de uma ofensa às vítimas do passado. A inauguração de um busto de Stálin na cidade ucraniana de Melitopol, ocupada pelas forças russas desde 2022, é um acinte à população ucraniana que hoje padece com a invasão liderada por Vladimir Putin, o agente da KGB que se tornou senhor de todas as Rússias, seguindo os passos de Stálin.
O culto a Stálin é um louvor à morte, à tirania e ao sacrifício diabólico de seres humanos inocentes no altar do poder político
Celebrado como “vencedor” da luta com o nazismo — um mérito que, na verdade, cabe aos povos da Rússia, da Ucrânia e de outras nações aliadas —, Stálin foi o homem que não hesitou em fazer um pacto sangrento com Adolf Hitler e, depois da guerra, enviou para a morte no Gulag seus próprios soldados. Nenhum tipo de condescendência com a figura desse tirano deve ser tolerado em uma sociedade cristã.
Quem relativiza o comunismo, não merece respeito. Quem louva Stálin, boa gente não é.
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Conteúdo editado por: Aline Menezes




