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Paulo Briguet

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“O Paulo Briguet é o Rubem Braga da presente geração. Não percam nunca as crônicas dele.” (Olavo de Carvalho, filósofo e escritor)

Vala comum

Stálin na Bahia: Jerônimo Rodrigues e a morte de Bolsonaro

Governador da Bahia, Jeronimo Rodrigues (PT) sugere que Bolsonaro e eleitores sejam jogados por retroescavadeira “na vala”. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Em 1935, no início do grande terror de Stálin, o escritor e teatrólogo Bertolt Brecht publicou um poema intitulado “O Interrogatório do Homem de Bem”, cujos versos finais dizem:

“Você é nosso inimigo.
Por isso queremos
Colocá-lo agora no paredão.

Mas em consideração a seus méritos
E boas qualidades
Vamos encostá-lo
Em um bom paredão
E fuzilá-lo
Com boas balas de bons fuzis
E enterrá-lo
Com uma boa pá em uma boa terra”.

Brecht era um escritor talentoso; em poucas palavras, o autor comunista conseguiu criar uma imagem perfeita do que aconteceria nos anos seguintes. Na União Soviética de Stálin, cerca de 20 milhões de pessoas teriam o mesmo destino do “homem de bem” do poema. 

Por serem considerados “inimigos do poder soviético”, homens e mulheres inocentes foram condenados à morte no Gulag, nas masmorras do regime, na insana coletivização da agricultura e nas garras da polícia secreta comunista.

Oitenta anos depois, em 2015, o professor Mauro Iasi, ex-candidato presidencial do PCB, leu o poema de Brecht para uma plateia de militantes. Segundo Iasi, os versos indicavam a única forma de diálogo possível com os conservadores: a ponta do fuzil.

As manifestações de Brecht em 1935 e de Iasi em 2015, longe de serem casos isolados, revelam a substância da mentalidade revolucionária. 

Entre todos os dogmas sagrados da esquerda, o mais importante e fundamental é a morte do adversário político. É assim desde que as turbas em revolta tomaram a Bastilha, em 1789 e, não tendo encontrado ali nenhum prisioneiro para libertar, degolaram o comandante da prisão e saíram com a sua cabeça espetada numa lança pelas ruas de Paris. 

Aquilo era um prenúncio do Terror jacobino de 1793-94, quando milhares de “inimigos da Revolução” foram guilhotinados. Nos processos revolucionários do século XX, o padrão se repetiu, com a matança generalizada na Rússia de Lênin-Trotsky-Stálin, na Alemanha de Hitler, na China de Mao, no Camboja de Pol Pot, na Cuba de Che-Fidel e em tantos outros lugares. Não há revolução digna do nome sem derramamento de sangue.

Ocorre, meus amigos, que o Brasil tem vivido um processo revolucionário. Desde o golpe socialista de 2022 — que consistiu em tirar um condenado da cadeia para colocá-lo na cadeira presidencial —, o que nós temos visto é um processo simultâneo de concentração de poderes, destruição das liberdades públicas e perseguição de opositores. 

Para que esse processo se consolide, o sistema precisa da morte de Jair Bolsonaro. O Regime PT-STF tem como prioridade lançá-lo na prisão pelo resto da vida por um crime inexistente e uma narrativa falaciosa.  

Nessas circunstâncias, não causa surpresa alguma a recente fala do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT): “Ele [Jair Bolsonaro] vai pagar a conta dele, e quem votou nele também vai pagar a conta. Fazia no pacote. Bota numa enchedeira... Sabe o que é uma enchedeira? Uma retroescavadeira. Bota e leva todo mundo pra vala.

A frase de Jerônimo Rodrigues poderia perfeitamente ser dita por um algoz dos tempos de Stálin, Mao Tsé-tung e Pol Pot. As mesmas palavras não ficariam deslocadas na boca de um guarda de campo de concentração. 

Por uma fala incomparavelmente menos agressiva, o ex-deputado Daniel Silveira foi condenado a 8 anos de prisão em regime fechado.

O mais bizarro é que o autor da fala governa o estado mais violento do Brasil, em que, todos os dias, cidadãos são jogados na vala comum da morte pelas mãos de criminosos.

Jerônimo não parece nem um pouco envergonhado em priorizar a morte de adversários enquanto seu próprio povo padece à mercê da bandidagem

Notem que o ódio de Jerônimo Rodrigues não se limita ao ex-presidente, mas se estende aos seus apoiadores. Por essa tortuosa linha de raciocínio, os quase 60 milhões de brasileiros que votaram em Jair Bolsonaro são criminosos e deveriam ter o mesmo destino: a morte.

As palavras de ódio do governador petista sinalizam que o regime não se contentará em exterminar Jair Bolsonaro. Para a casta governante, devem ser eliminados também todos os que possam ser enquadrados na categoria de “bolsonarismo”.

Stálin aplaudiria. E Brecht também.

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Conteúdo editado por: Aline Menezes

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