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Em defesa do leite brasileiro e contra a ação predatória da concorrência estrangeira
| Foto: IDR PR/Divulgação

Visito e participo, todos os anos, da Agroleite. Acontece agora, em agosto, na cidade de Castro, a capital do leite, aqui no Paraná. É uma das maiores feiras do setor. Reúne expositores, empresas e produtores com inovações para a área.

Aqui, pude atestar, mais uma vez, ao lado de lideranças como o ex-prefeito de Castro, e hoje deputado estadual, Moacir Fadel, a força do cooperativismo brasileiro.

Sou cooperado de duas cooperativas. Sempre fui cooperativista, e integro a Frente Parlamentar do Cooperativismo desde que cheguei ao Congresso Nacional, em 2019.

Para quem não está familiarizado, é um modelo de negócios diferente, baseado em cooperação voluntária de grupos e/ou indivíduos com objetivos comuns. Os membros se fortalecem coletivamente, passam a ter força para buscar benefícios aos seus negócios. O crescimento do todo passa a gerar ainda mais oportunidade e renda aos indivíduos unidos.

Cooperativas agrícolas têm destaque no Paraná: Castrolanda, Capal, Frísia, Cocamar, Integrada, entre tantas outras. E mostraram isso internacionalmente, ao integrarem a lista do Monitor Cooperativo Mundial, que ranqueia os melhores resultados no mundo.

A primeira do nosso estado a aparecer na lista é a Coamo, 7° lugar no faturamento per capita.

Além dela, Cocamar (73ª), Copacol (83ª), Agrária (108ª), Integrada (114ª), Castrolanda (115ª), Frimesa (119ª), Frísia (139ª) e Coopavel (147ª) também são citadas.

Aqui no Paraná, estado fortemente agropecuário, 85% do faturamento cooperativo vem daquelas agroindustriais, que crescem em média 20% por ano.

Dados da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) estimam que, hoje, nossas cooperativas exportam para 150 países.

Tal evolução gera impacto na economia brasileira. Em 2022, as cooperativas paranaenses faturaram R$ 186 bilhões, quase um terço do total obtido pelo cooperativismo em todo o Brasil – R$ 600 bi.

Fica o nosso aplauso por esse belo trabalho, capitaneado pelo Sistema Ocepar, na figura de seu presidente, José Roberto Ricken.

Aqui no Paraná, estado fortemente agropecuário, 85% do faturamento cooperativo vem daquelas agroindustriais, que crescem em média 20% por ano

De volta à Agroleite, a maior parte das discussões abordam a crise que vive o setor leiteiro.

Há algumas semanas, temos denunciado com a nossa Frente Parlamentar da Agropecuária, que presido, a concorrência desleal do leite importado da Argentina e do Uruguai.

De um lado, produtores brasileiros encaram carga tributária pesada, juros altos, dificuldades logísticas e falta de apoio governamental. Do outro, Argentina e Uruguai respaldam seus produtores com subsídios e incentivos fiscais, financiamento à exportação, entre outros métodos predatórios. Isso para não falar nas suspeitas de prática de dumping – de que estariam exportando para cá leite a preços abaixo do que praticam em seus mercados, para prejudicar o produtor brasileiro.

Somos autossuficientes na produção. Não precisamos importar. Não somos contra o Mercosul, ou contra o livre mercado entre países do bloco, mas concorrência desleal precisa ser denunciada.

Não podemos deixar que predadores tentem destruir um setor que gera tantos empregos e oportunidades e que têm papel fundamental na alimentação de milhares de pessoas.

Já estivemos com a Câmara de Exportações, Ministros de Estado, Itamaraty e Vice-Presidente da República. Alertamos para a situação e exigimos medidas que garantam o preço ao produtor.

Boa notícia é ver na Agroleite o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciar recursos de R$ 200 milhões para a compra de leite em pó, a fim de melhorar o preço dos produtos. Resta saber se essa medida bastará para melhorar a renda dos produtores.

Na próxima semana, teremos uma grande mobilização do setor em Brasília. Pressão para buscarmos soluções no governo federal, em defesa do leite brasileiro.

Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
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