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Pedro Lupion

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Recuo do gove

MP com R$ 4 bi para o Plano Safra é vitória da mobilização do agro brasileiro

mercado de trabalho
(Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo)

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Em mais uma mobilização histórica, o setor agropecuário brasileiro e seus representantes demonstraram sua capacidade de articulação para vencer mais uma batalha que parecia perdida.

Logo após o anúncio da Secretaria do Tesouro Nacional de que não haveria abertura de novas operações de crédito com equalização de juros pelo Plano Safra, uma onda de manifestações, publicações, entrevistas e pronunciamentos inundou as redes sociais e a imprensa, com duras críticas à medida.

Um movimento que já tínhamos visto, em outro momento no Brasil, quando todo o setor produtivo nacional - inclusive indústrias, cooperativas e o ramo de serviços - se uniu ao agro para gritar “não à MP do Fim do Mundo”, a Medida Provisória nº 1227/24, que limitava o uso de créditos do PIS/Cofins e inviabilizaria várias atividades produtivas.

Em menos de 24 horas, o governo federal, ao perceber mais um “ato falho” cometido sem qualquer aviso prévio ao setor – nem mesmo aos ministros de Estado –, tratou de reverter a situação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entrou em contato comigo, em reconhecimento à legítima representação do setor pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), para informar que o governo publicaria uma medida provisória com crédito extraordinário, assegurando a retomada das operações equalizadas do Plano Safra.

Em menos de 24 horas, o governo federal, ao perceber mais um “ato falho” cometido sem qualquer aviso prévio ao setor – nem mesmo aos ministros de Estado –, tratou de reverter a situação

Enfim, na última terça (25), a MP foi publicada, destinando um crédito extraordinário de R$ 4,177 bilhões. Mantidas as atuais condições econômicas, esse montante pode garantir que os produtores obtenham financiamento a taxas inferiores à Selic, hoje em 13,25%.

Diferentemente daqueles que atribuíram a decisão da Secretaria do Tesouro à não aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) pelo Congresso Nacional, a resolução da questão em 24 horas atendeu aos protestos do setor.

Em 2022, enfrentamos uma situação semelhante, com restrições ao crédito subsidiado. A diferença é que, naquela ocasião, o agro não foi pego de surpresa e os produtores rurais foram informados com a devida antecedência.

As 24 horas de quinta-feira (20) para sexta-feira (21), com mobilizações de produtores, entidades, parlamentares, enfim, de toda a agropecuária nacional, mostraram a força e o tamanho que tem esse setor vital para a economia e para o dia a dia dos brasileiros.

Não é à toa que sua representação é tão ampla no Congresso Nacional, com cerca de 300 deputados e deputadas, e de 50 senadores e senadoras. Justamente por isso, enfrentamos constantes tentativas de deturpação da imagem dos produtores rurais, sustentadas por narrativas falsas e vazias – discursos que combatemos diariamente com dados e informações técnicas, apresentando a realidade de quem trabalha no campo sem descanso.

Como presidente da FPA, sei que não é fácil lidar com críticas e ataques. Ao invés de responder com embates ou agressões verbais, buscamos soluções concretas que atendam aos interesses daqueles que representamos de forma intransigente.

Estamos preparados para isso. Contamos com o respaldo das mais de 50 entidades que compõem o Instituto Pensar Agro, que nesta semana publicou uma carta reforçando apoio às nossas ações dentro e fora do Parlamento em defesa dos produtores rurais.

Podem nos atacar o quanto quiserem! É preciso ter “couro grosso” para resistir e manter nossa missão: sustentar o PIB, fortalecer a economia e garantir alimento na mesa dos brasileiros todos os dias. E isso a nossa FPA tem de sobra!

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