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Baby Doc tumultua o Haiti

A chegada do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o “Baby Doc”, a Porto Príncipe, deixou a população insegura. Eles se perguntam o que ele veio fazer no país, que está em meio a um processo eleitoral indefinido. O segundo turno do pleito presidencial deveria ter sido realizado neste domingo, mas isso não ocorreu porque o resultado do primeiro foi contestado, com tensas manifestações no começo de dezembro.

Antônio Costa / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Pessoas na grade do aeroporto à espera de novidades, como a chegada do ex-presidente Aristide

A entrevista que Duvalier daria nesta segunda não foi realizada. Para aumentar a dúvida, existe o rumor de que o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, que foi retirado do cargo em 2004, poderia retornar nesta terça. Fazer o que, niguém sabe. Ou melhor,quem sabe ainda não disse.

Também chegou ontem ao país o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, que deve manter reuniões com o governo sobre o questionado e confuso processo eleitoral. O resultado do segundo-turno é esperado para qualquer momento, já que a OEA terminou de elaborar seu “veredicto”: o de que o candidato governista, Jude Celestin, perdeu para o cantor Michel Martelly, ao contrário do inicialmente divulgado. Este último pode, portanto, disputar a chefia do país com a ex-primeira-dama Mirlande Manigat.

Uma médica que conversou com a Gazeta do Povo se diz totalmente desesperançada. Se antes estava dividida entre ficar ou sair país, agora está 90% certa de que deve deixar o caos haitiano para trás.

De saída

A equipe da Gazeta do Povo deixa Porto Príncipe nesta terça-feira com a sensação de que mais algumas semanas seriam necessárias para cumprir todas as pautas que a situação do país sugere.

Antônio Costa / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Na foto, a repórter Helena Carnieri e o fotógrafo Antônio Costa em frente ao Palacio Nacional.

Quem assumirá o governo do país, e quando? Essa pessoa conseguirá cumprir seu mandato? Até quando a força de pacificação da ONU (Minustah) ficará no Haiti? Ainda é necessária tamanha força militar? Para onde foi todo o dinheiro doado ao país? Como o povo haitiano poderia recuperar a esperança de mudança na política e na vida diária?

Fica para a próxima. Até lá, desejamos que ao menos o processo eleitoral traga algum tipo de sossego aos haitianos.

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