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Polzonoff

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Carta #5

Alexandre de Moraes x EUA: quem diz que entende está mentindo

ALEXANDRE DE MORAES EUA
Alexandre de Moraes contra o Tio Sam: desse mato sai coelho? (Foto: Grok)

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Caro leitor,

Você está confuso em relação a esse rolo entre Alexandre de Moraes e os EUA? Ah, nem sei por que pergunto. Claro que você não está confuso. Você consegue ligar os pontos melhor do que todo mundo. Você tem informações privilegiadas. Você sabe, você entende, você é capaz de prever o futuro com uma precisão de 0,01mm. Você, sejamos francos, mente.

Não digo isso como ofensa. Por favor. Digo mais como uma observação que também é autocrítica. Afinal, é comum que, numa era de informações abundantes, a gente se ache especialmente capaz de apreender a realidade. Não somos. Por falar nisso, a lista do Epstein foi revelada e os nomes que ali constam significam muita coisa. Não sei o quê, mas significam. E (pode apostar) não vai demorar para alguém associar a lista ao Alexandre de Moraes, à perna do Roberto Carlos e ao ET Bilu.

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Jeitinho brasileiro

Não entendo e confesso: não entendo mesmo. Estou confuso. Não consigo prever nem o que vai acontecer depois que eu puser o ponto final nesta frase. Meu lado mais otimista diz uma coisa boa (Alexandre de Moraes vai preso e tudo). Meu lado mais pessimista vai lá e dá um soco na cara do meu lado mais otimista. Meu lado mais otimista se levanta e recebe ajuda do meu lado mais realista. Ambos dão uma surra no meu lado mais pessimista. Aí meu lado cínico entra na jogada, menciona o jeitinho brasileiro e a mania nacional de propor acordões. Vish. Vai acabar em morte isso daí.

Por isso, e apesar de acompanhar todos os desdobramento com lupa de relojoeiro, não tenho escrito nada sobre o assunto. Sei que vivemos numa sociedade reativa e tal, e que em vez de trocarmos o chuveiro ou prepararmos um bolo optamos por expressar nossa nada humilde opinião, aquela que vai mudar o mundo, nas redes sociais. Mas a hora é de parar, observar, refletir e, com alguma sorte, rir um pouco.

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Vou esfregar na sua cara!

Rir?!, você me pergunta, todo indignadinho. Sim. Rir de um Alexandre de Moraes evocando ideias de patriotismo contra o “imperialismo estadunidense” para explicar ao mundo porque é a versão tropical do Napoleão de hospício. Rir do Barroso dizendo que não teme nem a verdade nem a mentira. Sim, ele disse isso. Rir de Flávio Dino sendo Flávio Dino. E rir mais uma vez de Alexandre de Moraes. Porque sim.

Mas também rir de nós mesmos. Afinal, como são ridículos esses nossos impulsos opinativos. Como são patéticas as convicções que formamos depois de uma rápida passada de olhos nos jornais e nos memes do dia. Como é tolo esse nosso desejo de estar certo, de se mostrar o mais esperto e ao mesmo tempo o ideologicamente mais puro. Desejo de vou-esfregar-na-sua-cara, de eu-avisei, de eu-já-sabia, de todo-mundo-é-burro-menos-eu.

Com a esperança de que em breve os ministros do STF se fartem no banquete das consequências e sobretudo de que tenhamos sabedoria para lidar com a vitória (sim, vitória), fico por aqui. Um abraço do
Paulo.

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