Prender Bolsonaro virou obsessão. O crime a gente vê depois

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Na segunda-feira, quando saí do estúdio e abri as redes sociais, me deparei com a famosa bala de prata. Mais uma! O crime grave, gravíssimo e imperdoável que (agora sim, agora vai) colocaria o ex-presidente atrás das grades: Jair Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília.

Teve gente dizendo até que Bolsonaro, contrariando as ordens de Alexandre de Moraes, teria saído do Brasil… sem ter saído do Brasil.

Que loucura! Que loucura virou este país que simplesmente abandonou qualquer noção de bem comum, qualquer ideia de futuro, qualquer projeto de médio ou longo prazo. E que hoje se distrai buscando um crime, um crimezinho só, que justifique a prisão de Bolsonaro.

E sei que já vim aqui várias vezes para dizer que, mais cedo ou mais tarde, Bolsonaro será preso. Mas….. sabia que eu já estou mudando de ideia?

Sério mesmo! Me parece que interessa mais ao STF e ao Lula manter o país nesse estado de tensão permanente. Para o STF porque é uma forma de demonstrar poder. Que esse poder se traduza no que eu vou chamar aqui de sadismo jurídico, paciência. E para o Lula, ah, para o Lula isso é uma forma de manter a população, tanto à esquerda quanto à direita, alheia à incompetência atávica do PT e aos verdadeiros problemas do país. E que não são poucos.

Além dos velhos problemas estruturais, temos na ordem do dia a dengue, a falência moral da educação, a inflação, a fuga de capitais, as dispendiosas viagens do presidengue, a crise aparentemente insolúvel na segurança pública, a associação do Brasil ao que há de pior no mundo, incluindo os amiguinhos ditadores do Lula, etc.

Enfim, tem um monte de coisa importante, importante mesmo, coisas que afetam a vida da população, e que a gente ignora para ficar acusando ou então defendendo o Bolsonaro do que é evidentemente uma perseguição política.

Paulo Polzonoff Jr.

Paulo Polzonoff Jr. é jornalista, tradutor e escritor. **Os textos do colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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