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Bombeiros resgatam corpo de vítima da tragédia de Brumadinho. Foto: Mauro Pimentel/ AFP
Bombeiros resgatam corpo de vítima da tragédia de Brumadinho. Foto: Mauro Pimentel/ AFP| Foto:

Por incrível que pareça, apenas pouco mais de três anos depois da tragédia em Mariana (MG) o Brasil se depara com a mesma situação, agora em Brumadinho (MG), deixando um novo rastro de danos ambientais irreparáveis e, o que é pior, muitas vítimas.

O trágico evento, como era de se esperar, também já impacta as ações da Vale na bolsa.

Agora é aquela hora que algum leitor pergunta: nossa, esse é o momento para falar disso? Apesar do fatídico desastre, a resposta é sim, pois o pregão não para nunca. A bolsa de valores funciona todo dia útil, independentemente dos acontecimentos, seja no Brasil ou no exterior.

E, neste contexto, meu papel como educador financeiro é orientar os milhares de investidores, que já estão me questionando muito sobre isso, a lidarem com esse momento de crise para que tomem decisões que impactem o menos possível suas aplicações financeiras.

Este é um momento delicado, onde há as mais diversas formas de pensar. Por viver e trabalhar neste mercado há mais de uma década, já vi quase tudo. Há os que vislumbram oportunidades e outros apenas querem aprender como lidar em momentos de grandes tensões. Isto posto, não cabe a mim fazer qualquer juízo a não ser responder ao que meus leitores têm me perguntado nos últimos dias: O que fazer com as ações da Vale?

Para estes investidores, a principal sugestão, neste primeiro momento, é a cautela, assim como seria com qualquer outra companhia que tenha visto sua imagem devastada em função de um fato com o ocorrido com a Vale em Brumadinho (MG).

Cobrança forte

Mesmo Brumadinho representando apenas cerca de 2% da produção média da companhia, as sanções e multas que serão impostas serão amplamente repercutidas pelos órgãos públicos e a sociedade como um todo. Haverá cobrança forte por respostas e punições e tudo isso gerará danos irreversíveis para a imagem da companhia, impactando diretamente em suas ações. Nesta segunda-feira (28), as ações da Vale registraram queda de 24,5% com o maior volume negociado de sua história, sendo 8 vezes maior que a média diária deste mês de janeiro.

O fato de a empresa suspender os pagamentos de dividendos e juros sobre capital próprio, o programa de recompra de ações realizado pela tesouraria, além da remuneração variável de seus executivos certamente também repercutiram na queda das ações no dia. Outro fator que poderá pesar ainda mais poderá ser uma eventual mudança no alto escalão, forçado diante dos acontecimentos e que poderá ser mal interpretado pelos investidores internacionais. Ademais, alguns escritórios de advocacia já preparam ação coletiva contra a empresa.

Outra dica importante que aprendemos com a experiência em outros eventos extremos é que é fundamental acompanhar o mercado diariamente, especialmente para quem pensa a curto. Ter experiência e sangue frio em momentos como esse são essenciais para orientar os investidores.

Grande volatilidade

Isso porque será um período de grande volatilidade para as ações da Vale, pois além do próprio acontecimento em si, deveremos ver uma continuidade na forte repercussão de notícias e informações nas redes sociais.

Para quem não acompanhou o mercado neste início de semana, as ações abriram a R$45,00, queda de 20% em relação ao fechamento da última quinta-feira. Além disso, a ação, entre preço mínimo e máximo, variou 13,3% ao longo do dia, o que não é nada comum. 

Em resumo, o momento é de monitoramento constante e compasso de espera, pelo menos até que tudo o cenário fique mais claro. E, para o bem do Brasil, esperamos que isso aconteça rapidamente, diferente do que ocorreu em Mariana pouco tempo atrás.

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