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fachada da Copel, em Curitiba
Central de operações da Copel, em Curitiba| Foto: Divulgação/Copel

As ações ordinárias da Companhia Paranaense de Energia (Copel) bateram alta de quase 10% e fecharam o pregão valorizadas em 8,9% na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) nesta terça-feira, 1º. O motivo da alta foi um “Fato Relevante” comunicado na última segunda-feira (31) ao mercado, informando que o Governo do Paraná, acionista majoritário da Companhia, solicitou ao Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE) “informações técnicas a fim de subsidiar modelo para potencial operação no mercado de capitais em que se otimize o investimento do Estado do Paraná na Copel”.

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Sem dar nenhuma informação adicional, o comunicado levantou a possibilidade de que o governo estaria interessado em desfazer-se de parte ou de todas as suas ações da Companhia. Procurada pela coluna, a Copel informou que o assunto está sendo tratado exclusivamente pela Casa Civil do Governo do Estado. A Casa Civil, por sua vez, emitiu nota praticamente reafirmando o comunicado publicado na segunda-feira.

“O Governo do Estado do Paraná solicitou ao Conselho de Controle das Empresas Estatais – CCEE, informações técnicas para subsidiar modelo para potencial operação no mercado de capitais. A medida visa uma análise de alternativas na participação do Governo na Companhia Paranaense de Energia Elétrica – COPEL, otimizando o investimento do Paraná e preservando, sob todas as hipóteses, a participação societária relevante do Estado. A adoção de eventual modelo estará sujeita a conclusão dos estudos técnicos e às demais aprovações de acordo com a lei e os regulamentos aplicáveis”, diz a nota, que destaca que o Estado manterá participação societária relevante na Copel, mas não garante que seja uma participação majoritária. Hoje, o Governo do Paraná detém 69,7% das ações ordinárias da Companhia.

O comunicado, na segunda-feira após o segundo turno da eleição presidencial, surpreendeu o mercado e, também, quem acompanha o dia a dia da Copel. A ausência de detalhes na informação aumentou as dúvidas e especulações acerca das intenções do Governo. “Não tem nenhuma informação sobre o que a Copel quer com esse comunicado. É um timing muito estranho, soltar isso logo após o segundo turno da eleição. O comunicado diz tudo, mas não diz nada. O governo pode estar querendo vender toda a sua parte na Copel, manter os 50,1% ou vender alguma subsidiária. Mas não deixou isso claro, gerando ainda mais especulação”, comentou o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), Leandro José Grassmann. “Acabamos de sair de um segundo turno conturbado, não sabemos o que vai acontecer no país daqui ao dia 1º de janeiro. Não parece o momento adequado para se discutir, se buscar investidores. Nem entrando no mérito se deve ou não vender, mas se for pra vender, que seja em um momento de estabilidade”, acrescentou.

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, Arilson Chiorato (PT), afirmou que os deputados já requisitaram mais informações ao Governo e à Copel. “Sempre avisamos, desde o processo de mudança de operação da Bolsa de Valores, quando a Copel passou para aquele novo mercado, do nível 2 para o nível 3, que a Copel ia ser pautada mais pela Bovespa do que pela população paranaense, com a busca incessante pelo lucro para repasse ao acionista. Ela é a queridinha da Bolsa hoje, repassando 65% dos seus lucros. Vão fazer o mesmo projeto para agradar o mercado, deixando a energia mais cara a infraestrutura piorada, já que o lucro é repartido entre acionista e não gera mais investimentos. Vamos fazer os movimentos políticos e jurídicos, mas isso não necessita de aprovação da assembleia”, criticou. Para o deputado, o governo busca, com esse estudo, uma “desestatização a conta-gotas, pulverizando suas ações no mercado.”

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