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Luizão Goulart fez 68% mais votos que candidato eleito, mas está fora da próxima legislatura.
Luizão Goulart fez 68% mais votos que candidato eleito, mas está fora da próxima legislatura.| Foto: Agência Câmara

Com 96.543 votos, o deputado federal Luizão Goulart (Solidariedade) foi o 16º candidato mais votado na eleição do último domingo. Com 30 vagas para o Paraná na Câmara dos Deputados, a votação de Goulart lhe garantiria uma eleição tranquila em qualquer outro partido, menos no Solidariedade. Seu partido não alcançou o quociente eleitoral de 201 mil votos e acabou ficando sem nenhuma cadeira no Legislativo federal; Luizão, mesmo com a expressiva votação, não conseguiu a reeleição.

O caso de Luizão Goulart é o mais emblemático sobre estratégias equivocadas e bem sucedidas nesta eleição. Por estar “no partido errado”, o deputado não renovou seu mandato com mais de 90 mil votos, enquanto viu Nelson Padovani (União) ser eleito com 57.185 votos, ficando com a 4ª vaga do União Brasil, pela distribuição das sobras de voto no quociente eleitoral.

Além de Goulart, que fez 68%¨mais votos que Padovani, outros dois deputados federais não conseguiram a reeleição apesar de terem votação superior a candidatos eleitos: Hermes Parcianello (MDB) fez 87 mil votos, mas seu partido só conquistou uma cadeira, com Sergio Souza (105 mil votos). Aroldo Martins (Republicanos) viveu a mesma situação. Com 61,7 mil votos, será suplente de Diego Garcia (65 mil).

Na Assembleia Legislativa, o quociente eleitoral foi ainda mais cruel. Treze candidatos não foram eleitos apesar de serem votação superior à de parlamentares eleito. O candidato que entrou com a menor votação foi Luís Corti (PSB). Com 26,8 mil votos, ele foi o candidato com melhor desempenho na chapa do PSB, que somada conseguiu construir uma cadeira para o partido, hoje sem representatividade na Assembleia Legislativa.

No PSD, partido que conseguiu eleger 15 deputados, outros quatro ficaram de fora com votação superior à de Corti: Pedro Paulo Bazana (30,9 mil votos), Reichembach (30,9 mil), Marcus Tesserolli (29,2 mil) e Alex Canziani (28,6 mil). No União Brasil, que elegeu sete parlamentares, também quatro ficaram de fora com mais que os 26,8 mil votos: Nelson Justus (38,7 mil), Dr. Batista (36 mil), Emerson Bacil (35 mil) e Nelson Luersen (29,8 mil).

Adriano Ramos (36,3 mil) e Homero Marchese (32,5 mil) não conseguiram se eleger pelo Republicanos; Lêonidas Favero Neto (34,8 mil) e Michele Caputo (32,6 mil), pela Federação PSDB/Cidadania. E João Bettega (Novo), não conseguiu, sequer, uma suplência, apesar dos 27 mil votos recebidos, porque seu partido não atingiu o quociente eleitoral e não fez nenhuma cadeira no Legislativo.

Como funciona

As eleições para deputados e vereadores são chamadas de eleições proporcionais porque são definidas pelo quociente eleitoral. O número de votos válidos registrados no pleito é dividido pela quantidade de vagas em disputa (30 para deputado federal e 54 para estadual, nesta eleição) e, com isso, tem-se o número de votos necessários para cada partido preencher uma dessas vagas.

Assim, o número total de votos de cada partido é dividido pelo quociente para se determinar quantos candidatos cada sigla elege e, a partir deste resultado, são eleitos os mais votados de cada legenda. Eventuais sobras são distribuídas aos partidos que mais se aproximarem de uma nova cadeira (ou da primeira). Por exemplo: se um partido fez 6,7 vezes o quociente eleitoral, tem direito a seis vagas e disputa a sobra com 0,7. Se um partido fez 0,8 vezes o quociente, disputa a sobra com vantagem sobre o que tem 6,7. Nesta eleição,  quociente eleitoral foi de 201 mil votos para deputado federal e 111,2 mil para deputado estadual.

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