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Em Curitiba, Lula diz que orçamento secreto é “a vergonha maior que o país já teve”
| Foto: Eduardo Matysiak / Assessoria Requião

De volta a Curitiba quase três anos depois de deixar a carceragem da Superintendência da Polícia Federal, onde ficou preso por 580 dias por conta da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na noite desta sexta-feira, que o orçamento secreto, implementado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) é a “vergonha maior que o país já teve”. Lula esteve na capital paranaense para participar do ato de filiação do ex-governador Roberto Requião ao PT.

“O orçamento secreto é a vergonha maior que esse país já teve. Um orçamento que quem controla são os deputados e o presidente da república sequer sabe o destino dos recursos”, disse o ex-presidente, que teve as gestões marcadas pelos escândalos do mensalão e o petrolão.

Lula também criticou a alta no preço dos combustíveis e disse que, se eleito presidente, quer fazer um governo com forte presença do Estado. “Eu não acredito em estado fraco. Eu quero um estado forte. Não estado empresarial, mas indutor do desenvolvimento, que não gaste todos seus recursos para pagar juro ao sistema financeiro, e que garanta, numa crise como essa, que não falte emprego, comida e remédio para o nosso povo”, afirmou. “A elite escravista coloca na cabeça do povo que o estado não presta, que o importante é a iniciativa privada. E, agora, a pandemia provou que a saúde pública foi fundamental para o Brasil enfrentar o coronavírus”, acrescentou. “Eles que se preparem, porque o povo vai voltar a governar o Brasil e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro. Não vamos privatizar Correios, Banco do Brasil, Caixa, Eletrobras. Não vamos deixar destruir o BNDES”.

Sobre o preço dos combustíveis, Lula disse que “O preço da gasolina não está caro porque tem guerra na Ucrânia, o preço da gasolina está caro porque essa gente que governo o país não presta e não tem responsabilidade com as pessoas”. Ele citou a questão da distribuição de combustíveis para justificar sua declaração. “Tínhamos a BR Distribuidora, mas não prestava, era preciso concorrência, o livre mercado que ia resolver. Hoje tem 392 empresas importando gasolina a preço de dólar, quando nós produzimos gasolina a preço de real”. E concluiu: “Na crise de 2008, o petróleo estava US$ 147 e a gasolina era R$ 2,60. O Brasil não era um país pária como hoje, governado por um psicopata. Um homem que não sabe falar em paz, em amor, em cultura, educação, só sabe falar em ódio e armas. E peca todos os dias, porque usa o nome de cristo em vão para dar sustentação às mentiras que ele conta”.

O ato de filiação de Requião ao PT marcou a volta de Lula a Curitiba, cidade que não visitava desde que deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em 2019.  O evento contou, ainda, com a presença de algum dos principais nomes do partido no cenário nacional, como o governador do Piauí, Wellington Dias, os senadores Paulo Rocha, Rogério Carvalho e Jacques Wagner, além dos ex-senadores Ideli Salvatti e Lindbergh Farias. “Hoje eu vivi talvez o dia mais emocionante da minha vida, porque é a primeira vez que retorno depois que saí da PF e fui encontrar alguns companheiros que fizeram a vigília por 580 dias”, disse o ex-presidente, que encontrou com apoiadores que fizeram vigília enquanto ele esteve preso em Curitiba.

O ex-presidente ainda aproveitou para criticar o ex-juiz Sergio Moro e a Lava Jato. “Muito orgulho de estar falando na terra onde Moro achou que era rei, onde Deltan Dallagnol pensou que era rei mentindo para a sociedade brasileira e usando a imprensa para destruir a esquerda, destruir o Estado, destruir o Lula. Eles pensavam que eu estava destruído. Eu poderia ter ido para outro país, me afastado do Brasil, mas eu não podia dar o prazer a essa canalhada que resolveu me acusar”.

Fundador do MDB do Paraná, Requião deixa o partido após perder a convenção estadual da legenda para o deputado estadual Anibelli Neto, que já direcionou o partido para uma aliança com o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que disputará a reeleição. Mesmo sem partido, o ex-governador lançou-se pré-candidato ao governo, enquanto recebia convites de diversas legendas do campo da centro-esquerda. Visto como a garantia de palanque para Lula no Paraná, Requião oficializou, nesta sexta-feira, sua filiação ao PT.

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