O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, Luiz Claudio Romanelli (PSB) classificou de “surrealista” a proposta do Governo Federal de conceder o canal de acesso ao Porto de Paranaguá à iniciativa privada. O Ministério da Infraestrutura anunciou nesta semana os estudos de concessão do canal e de mais três áreas para movimentação de granéis sólidos.
“O Governo Federal quer colocar um pedágio para os navios que acessam o Porto de Paranaguá. É uma proposta surrealista. Imagina o maior porto graneleiro do mundo com pedágio para um navio acessar?”, disse Romanelli.
O anúncio de que o Canal da Galheta está entre as prioridades de concessão do governo federal foi feito pelo secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni, dentro do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) junto com outros oito projetos portuários.
Romanelli lembrou que o Governo Federal já tentou implantar esse modelo no Porto de Santos e foi rechaçado. Segundo ele, a cobrança vai reduzir a competitividade do Paraná ao criar mais uma taxa que incidirá nos custos das cargas comercializadas pelo Porto de Paranaguá.
“É inacreditável eles quererem cobrar pedágio no acesso ao Porto. O Governo Federal acha que o Paraná é um laboratório. Os exportadores, o agronegócio, o setor produtivo não suportam mais custos abusivos de infraestrutura e logística”, disse o deputado, fazendo referência ao novo modelo de concessões rodoviárias que o governo federal também pretende implementar no estado.
O diretor-presidente dos Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, afirmou, em conteúdo publicado pela Agência Estadual de Notícias, explicou que o que foi autorizado pelo governo federal é um estudo de viabilidade, que será feito sob as diretrizes técnico-operacional e financeira do Governo do Paraná, em parceria com a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, ligada ao Ministério da Infraestrutura.
“A autorização é para o início dos estudos, que vão nos apontar se é viável e benéfico conceder a administração de obras, como dragagem, balizamento e sinalização marítima, por exemplo, para a iniciativa privada. Nesta fase, vamos identificar as necessidades atuais, melhorias possíveis e formas de atender a demanda crescente, com custos mais atrativos para os nossos usuários”, explicou.
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