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Sergio Moro anuncia candidatura ao Senado
Sergio Moro anuncia candidatura ao Senado| Foto: Gazeta do Povo

“O Paraná precisa de vozes fortes no Senado. Lideranças que não se omitam e que não sumam do cenário político. A minha carreira pública, como juiz e, depois, como ministro me dá credibilidade e legitimidade para ser esse representante do povo paranaense no Senado Federal”. Com esse discurso, o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) anunciou, nesta terça-feira (12) a decisão de disputar o Senado nas eleições de outubro, confirmando o que vinha sendo cogitado desde que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo indeferiu o domicílio eleitoral paulista dele, no final de maio.

“Conduzi a maior investigação da história do Brasil sobre corrupção e rompemos a impunidade da grande corrupção neste país. Eu quero retomar essas batalhas e, com a mesma dedicação, lutar para melhorar a vida das pessoas. Fui colocado em situações em que a minha integridade e a minha honestidade foram testadas e nunca troquei meus princípios e valores por cargo ou poder, ainda que isso significasse tomar decisões difíceis”, prosseguiu o pré-candidato Sergio Moro.

Após o anúncio oficial, o ex-ministro respondeu aos questionamentos da imprensa, comentando sobre algumas das situações que o levaram a tomar a decisão, mas deixando em aberto outras questões, como as alianças e a relação com os principais nomes da política paranaense. Confira as principais respostas de Sergio Moro na coletiva desta terça-feira:

Por que o Senado?

“Quando concedi a última coletiva (há três semanas) eu coloquei com bastante humildade que iria circular o Paraná e conversar com a sociedade civil e com a comunidade política também. E o que eu mais ouvi foi o desejo das pessoas para que eu concorresse ao Senado. Acabei fazendo essas escolha porque acho que vou poder contribuir mais com o país e com o partido União Brasil dentro do Senado, sem qualquer demérito a qualquer outro cargo”.

“Espero que o Luciano Bivar (União) consiga romper a polarização e vencer a disputa pela Presidência da República. Mas, se isso não acontecer, será ainda mais importante para o Brasil ter um Congresso forte. E eu estou pronto para ser uma dessas lideranças no Congresso, inclusive se o pior acontecer e houver uma vitória do ex-presidente Lula, quero ser uma liderança forte da oposição. A ideia é poder participar desse momento histórico importante para o país. Há também a questão da avaliação pelo Senado de nomes de dois novos ministros do Supremo Tribunal Federal. Quero fazer parte desta escolha”.

A candidatura pelo Paraná foi a terceira opção, depois de não dar certo o projeto presidencial e nem a candidatura por São Paulo?

“De forma nenhuma. Me coloquei como pré-candidato à presidência da República porque havia o desejo de muitas pessoas de que tentássemos romper essa polarização política. Para tanto, seria necessário ter uma estrutura partidária robusta e condições de concorrer em igualdade com os outros candidatos. Isso não foi possível no Podemos, e foi uma das causas que fez com que eu fosse ao União Brasil. E, atendendo a um pedido do partido, acabei me filiando por São Paulo. Mas como já disse, estou radiante de ter a oportunidade de concorrer pelo Paraná, que sempre foi minha primeira opção. Atendi um pedido do partido, e isso precisa ser compreendido, de me filiar por São Paulo, mas quando, por linhas tortas, voltei ao Paraná, me senti agradecido pelo que o destino nos colocou.

Ter agora Alvaro Dias, antigo padrinho político, como adversário

"Minha preocupação não é essa agora. É apresentar e discutir as propostas que temos para o Paraná. O senador Alvaro Dias é um político que eu respeito. Corremos em raias separadas e vamos ver se, afinal de contas, após as convenções, ele vai mesmo ser candidato à reeleição ou se vamos ter uma outra situação. De todo modo, o meu intuito, caso isso se confirme, é conduzir essa campanha no mais alto nível, numa posição de construção e jamais de ataques e desconstrução de quem quer que seja. Mas o Paraná tem um potencial enorme e, às vezes, a gente fica com a sensação de que está sub-representado na esfera política. E pelo que fiz no passado, acho que tenho condições de representar o Paraná à altura do que ele merece".

Risco de impugnação da candidatura

“Zero risco, zero receio. Os fatos do direito estão do nosso lado. E é surpreendente como é difícil para pessoas como eu se colocar dentro do mundo político. A todo momento existem tentativas de tapetão, as pessoas têm medo de concorrer com a gente. Se essa impugnação vier a ser apresentada, só temos que lamentar a tentativa de se evitar que o povo paranaense possa realizar a sua escolha. Mas estou absolutamente seguro que estarei nas urnas em outubro”.

Conversa com Cesar Silvestri Filho e aliança com o PSDB

“Estamos conversando com vários partidos e várias lideranças políticas, do setor privado e da sociedade civil. Ontem, no âmbito desses encontros, tivemos uma reunião com o ex-prefeito Cesar Silvestri, mas foi pura e simplesmente uma conversa, na qual queríamos ouvir as ideias dele sobre o Paraná, num diálogo normal e corriqueiro desse período. Mas é muito cedo para adiantar qualquer posição que o União Brasil vai tomar em relação ao Governo do Estado. Será uma decisão do diretório estadual, ouvindo sempre a posição da direção nacional do partido”.

Relação com o governador e risco de enfrentar uma chapa Bolsonaro-Ratinho-Alvaro

"Tenho uma relação cordial com o governador. O União Brasil está na base do governo, mas vamos depender dos próximos acontecimentos políticos. Há muita especulação sobre essa articulação nacional, nunca sabemos se é verdadeiro ou se são notícias plantadas. Minha preocupação, agora, é minha articulação, no meu partido e as propostas que a gente quer apresentar ao eleitor paranaense. Podemos correr com aliança, podemos correr independentes, acredito na força do nosso histórico e no que podemos fazer dentro do Congresso. Não tenho preocupação com o que os outros estão fazendo. Tenho confiança nas minhas chances, estamos bem posicionados nas pesquisas. Vamos nos preocupar com o nossos campo e os adversários devem se preocupar com o lado deles, mas não afirmo que essas pessoas serão, necessariamente, adversárias".

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