
Já que, hoje, abordar futebol envolvendo dois certos times capital não é nada inspirador, Natureza Morta optou por falar de Ary Barroso, até porque, de certa maneira, seu nome remete imediatamente ao rude esporte bretão. Concordando em gênero, número e grau, sem que, no caso, número possa remeter a qualquer placar de quarta-feira, em Curitiba e em Maringá, professor Afronsius sacou do baú o livro Recordações de Ary Barroso, do jornalista Mário de Moraes, 1979, edição Funarte/MEC. Que aliás, veio com fraternal dedicatória, mas isso já é outro assunto.
A vez do auditório
De volta a 1937, auditório da Rádio Cruzeiro do Sul, no qual Ary lançou o seu primeiro programa de calouros. Conta Mário de Moraes:
– Em janeiro de 1956, foi oferecido um prêmio de 2 mil cruzeiros ao calouro que melhor cantasse a marchinha Quem sabe, sabe…, do compositor Carvalhinho. A música agradara ao patrocinador do programa e ele resolvera instituir o prêmio extra entre os novatos. Apareceu um concorrente, completamente desafinado.
Ary virou-se para o auditório e perguntou:
– Ele está cantando direito?
A resposta veio em uníssono:
– Nãããooo…
Ary:
– Muito bem. Então, pára (na época, para do verbo parar levava acento). Agora, o auditório vai ensiná-lo a cantar, cantem!…
Auditório:
– Queemmm saabee, saabee…
E Ary, pedindo silêncio:
– Chega! Chega! Vocês também não são de naaadaa!…
Faltava afinação ao conjunto.
ENQUANTO ISSO…




