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Haja mé, não é? Cacildis!

E eis que, ao entrar numa página da internet, mais cheia de propaganda do que panfleteiro sob semáforos de esquina de grande movimento, professor Afronsius levou um baita susto. Surgiu uma foto do grande Mussum esbanjando simpatia com o seu vasto sorriso – e o comentário:
– 200 cavalos. É cavalis pra cacildis!
Viu-se forçado a conferir. Comercial da Volks, “Das auto”…
Com ajuda de Natureza Morta, ficou sabendo que a VW trouxe de volta humorista Mussum para comercial do novo Fusca.

O popular e o popular ao extremo

Segundo a agência de publicidade, no vídeo, que se passa na São Paulo da década de 1970, “a VW queria destacar a transformação do Fusca ao longo dos anos com a participação de personalidades como o ex-Trapalhão”.
Mais: “A Volkswagem voltou a São Paulo dos anos 1970 para vender o novo Fusca. Na campanha da marca, lançada em 25 de fevereiro de 2013, o público é levado para esta época, quando o Fusca era o único carro popular do Brasil. Embalado pela música País Tropical, o comercial traz o ex-Trapalhão Mussum e o ex-jogador de futebol Rivellino”.

Postagens do além

Por conta disso, e não tanto pelo “Das auto” (o automóvel), Natureza Morta pediu um breve intervalo, foi à biblioteca da mansão da Vila Piroquinha, e voltou sobraçando o exemplar da revista Carta Capital, de setembro de 2011. Está lá, nos excelentes Blogs do Além, de Vitor Knijnik, o Blog do Mussum, “que volta do além para explicar seus brilhantes aforismos”.
– Eu, honestamente, fiquei esperando que algum escritor ou professor de filosofia mais atento se debruçasse sobre minha vasta coleção de frases lapidares. Talvez minha maneira peculiar de usar o idioma tenha obscurecido a riqueza do material.
E posta: “Mas algumas das grandes questões estão lá: o que é a realidade em si mesma? O que é essencial? O que é certo e o que é errado? Cansado de aguardar por algum intelectual que não tenha mais o que fazer, decidi eu mesmo realizar a tarefa”. E, citando Wittgenstein, diz acreditar que os problemas filosóficos tradicionais “são resultantes de confusões linguísticas. Adianto aqui um pouco do livro que em breve pretendo publicar Mussum e a Filosofivis do Mé.

À espera da filosofia completa

Mussum dá uma prévia do livro, ou tratado:
-Se suco de cevadiss atrapalha seu casamentiss, abandone sua mulher, cacildiss!!
– Vai caçá sua turmis!
– Casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo.
– Tá tudo muito parádis? Toma um mé, que o mundo vai girarzis.
“Sou mesmo um pândego”, conclui o comediante.
O dito popular “casa, comida e roupa lavada” expressa o denominador mínimo para que um indivíduo mantenha sua dignidade e uma vida confortável. Na versão paródica, a expectativa é quebrada pela inclusão de “três milhão milhão por mês, fora o bafo” e supressão de “comida e roupa lavada”. Essa inversão levanta uma questão fundamental da filosofia: o que é essencial e o que é supérfluo?
Atendendo a pedidos (do professor Afronsius e do próprio Beronha), Natureza leu mais um trecho do blog:
– Tá tudo muito parádis? Toma um mé que o mundo vai girarzis!
“Com essa frase, creio que consegui explicar de uma maneira bem simples a teoria da relatividade. Há também aqui um paralelo com o mito da caverna de Platão. Onde o mundo parado é a sombra projetada na parede e o mé representa a realidade ou a libertação”.
De comum acordo – e plena concordância com Vitor Knijnik e o Mussum -, professor Afronsius, Natureza e o nosso anti-herói de plantão saíram em marcha batida até o Bar VIP da Vila Piroquinha, para uma merecida bitruca.
– Enquanto não vem a Filosofivis do Mé…

ENQUANTO ISSO…


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