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Reencontro com El Eternauta

Meio fora de ação nas últimas semanas, a seção Achados&Perdidos, exclusiva do blog, resolveu entrar em campo. Segundo Beronha, foi o medo de perder o emprego, ou a mordomia, como costuma provocar os colegas.
E, na investida, eis que ela localizou na biblioteca da mansão da Vila Piroquinha um raríssimo exemplar de “El Eternauta”, “version original”, de Héctor G. Oesterheld (roteiro) e Solano Lopez (desenho). Uma publicação da Ediciones Record, Capital Federal (Argentina), de 1993.
Uma raridade. O personagem surgiu em 1957.
– Foi um presente do grande amigo Manoel Carlos Karam, explicou Natureza Morta.

Uma questão de fascínio

Segundo a nota de apresentação (Natureza fez uma tradução recorrendo a seu portunhol), Héctor era fascinado pela idéia (na época ideia com acento) de Robinson Crusoé (a propósito, um abraço ao amigo Robinson Lucas Passos, com direito a “saudações rubro-negras, é claro). “El Eternauta” seria, inicialmente, a sua versão do clássico de Daniel Defoe, escrito em 1719.
– A solidão do homem, cercado, preso, não pelo mar, sim pela morte.
No caso, Robinson Crusoé seria Vicente López e sua família, personagens da fantástica história em quadrinhos. Um clássico.

Combate no River Plate

Ocorre tudo no gibi. Muitos combates com alienígenas, inclusive no Estádio do River Plate, mas não há um herói central: “El héroe verdadero del El Eternauta es um héroe colectivo, um grupo de humanos”.
Ou seja, “el único héroe válido es el héroe ‘en grupo’, nunca el héroe individual, el héroe solo”.

O olhar do visitante

A história começa com a aparição de um estranho visitante. Ele tem um olhar reconfortante. Vicente López recorda:
“No he visto nunca mirada semejante. La mirada de um hombre que havia visto tanto que había llegado a comprender-lo todo”.
Natureza não resiste ao comentário: “Genial, não?”

Viajero da la eternidade

Quem seria El Eternauta? No fim do século XXI, uma espécie de filósofo deu-lhe o nome Eternauta, um “navegantre del tiempo, viajero de la eternidade”.
E a estranha figura descreve “mi triste y desolada condición de peregrino de los siglos”. Sua missão, como Robinson Crusoé numa casa, é “buscar, buscar, buscar sempre”.
Conclusão de Natureza:
– Não é somente pelo futebol que a gente tem uma diferença com os hermanos argentinos…
Ah! Prometeram para este ano lançar “O Eternauta” em português.
Aguardemos, pois.

Em tempo

Nos anos 1970, Héctor Oesterheld aderiu ao movimento Juventude Peronista. Foi seqüestrado e assassinado pelos militares em 1977. Suas quatro filhas – duas grávidas – e os genros também foram sequestrados.

ENQUANTO ISSO…


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