

Ninja Blade: tentativa da Microsoft de criar um exclusivo de peso
É preciso deixar claro desde o começo: ninjas são legais e já fizeram muito no mundo dos videogames. E ainda fazem, como a série Ninja Gaiden tem mostrado recentemente em diversas plataformas. Por isso, há sempre uma certa expectativa quando uma nova franquia aparece, principalmente quando a história se passa nos dias atuais e inclui monstros contaminados por um vírus maligno. Tal argumento serviu de enredo para Ninja Blade, recente lançamento para o Xbox 360. A aventura é uma tentativa de criar um jogo de peso e exclusivo para o console.
Ken Ogawa, herói protagonista, comanda um exército de ninjas que tenta proteger a cidade de Tóquio de uma invasão de criaturas bestiais. Os parasitas, conhecidos como vermes-alfa, ameaçam o futuro da humanidade. Para enfrentá-los, tem-se à mão facas, espadas, granadas e estrelas mortais. O jogador conta ainda com uma bem vinda “visão ninja”, que ajuda a encontrar os pontos fracos do oponente, permite a descoberta de caminhos secretos e informações escondidas no ambiente.
Ficou evidente a tentativa da Microsoft de unir os pontos fortes de dois jogos de muito sucesso no quesito jogabilidade. Assim como em Ninja Gaiden: Sigma (PS3), Ken pode caminhar por paredes rapidamente, fazer saltos acrobáticos e possui uma grande combinação de golpes ágeis. A gravidade, aqui, não é para ser levada a sério. A outra referência direta é God Of War (PS2). Para enfrentar os “chefes de fase”, é necessário reflexo nos dedos para apertar os botões em uma ordem certa. Mas não se preocupe. Se errar o jogo volta segundos antes e você pode tentar novamente. Isso se repete infinitamente até que o mostro seja completamente destruído. Caso acerte tudo de primeira e no tempo certo, o “Quick Time Events” (nome dado à mecânica de combate) premia o jogador com pontos.
O refinamento gráfico é um dos pontos positivos de Ninja Blade. A empresa de Bill Gates se esforçou no desenho da capital japonesa. O requinte dos detalhes dos arranha-céus, porém, poderia ser mais explorado durante as aventuras. O personagem central do jogo usa a chamada visão em terceira pessoa (aquela com bonequinho), só pode transitar em lugares predeterminados, que normalmente são como um corredor qualquer. Em tempos de jogos mais abertos (“sandbox”), como Grand Theft Auto, alguns podem ter uma experiência frustrante.
Um dos pontos negativos pode ser considerado perfumaria por muitos. Para a coluna, pelo menos, não agrada encontrar um ninja usando máscara de couro e roupa cheia de tarraxas. Nem a possibilidade de ir mudando de uniforme conforme se quebra caixas pelo jogo ajuda a melhorar o visual um tanto quanto afetado do protagonista. Um quimono preto bastava.
No fim das contas, o jogo segue um estilo clássico tentando aprimorar a jogabilidade presente em outras grandes franquias. No entanto, não consegue se destacar entre os bons títulos que estão sendo lançados este ano. De qualquer forma, são dez horas de diversão com ninjas, espadas e monstros. O que já é bastante coisa.
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Coluna publicada no jornal Gazeta do Povo



