Unidos pelo amor

Uma comunidade que é um abraço

19/07/2023 11:24
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O grupo Conselhos de Alices saiu do virtual para de encontrar na sede do SEBRAE, nos eventos chamados Café com a Especialista. | Divulgação

Já imaginou um espaço digital em que mulheres possam abrir seus corações, pedir conselhos e se sentir acolhidas em suas dores sem precisar revelar sua identidade? Um lugar em que aconteçam conversas sem julgamentos e sem filtros e em que possam contar com conselhos e experiências de outras mulheres? Pois essa comunidade existe e está no Facebook com o nome  de “Conselhos de Alices”.
Quando o Facebook liberou para que os membros da plataforma pudessem postar de forma anônima, senti que era a hora de liberar assuntos mais pessoais no Clube da Alice, que, apesar de ser reconhecido por ser um grupo de apoio ao empreendedorismo, também trata de assuntos relacionados ao universo da mulher.
A novidade dos posts anônimos e o enorme engajamento que eles tiveram logo começaram a incomodar algumas das participantes que reclamavam não verem mais os posts de empreendedorismo, pois o algoritmo começou a dar destaque para as conversas pessoais que estavam fazendo sucesso.
Para satisfazer quem estava reclamando, mas ao mesmo tempo não deixar de lado os posts de desabafos, resolvi criar um grupo apenas para este fim e, em pouco tempo de vida, ele já tem mais de 17 mil membros e muitos conselhos gerados.
E você pode estar se perguntando: por que tantas mulheres querem expor suas vidas para receberem palpites de desconhecidas? Eu atribuo o sucesso desta comunidade ao fato de que, hoje em dia, não é raro não termos com quem conversar sobre assuntos íntimos. Na correria do dia a dia, as mulheres convivem com suas famílias, colegas de trabalho, mães dos amiguinhos dos filhos e acaba faltando tempo para aquele tão sonhado café com sua amiga, com a qual parece até não ter mais a mesma intimidade. Sem falar no medo do julgamento.
Abusos psicológicos e sexuais, problemas de relacionamento conjugal, falta de libido, desejos secretos, brigas entre vizinhos, criação de filhos e dúvidas trabalhistas são alguns dos temas mais discutidos no grupo, em que as mulheres conseguem verdadeiramente desabafar. “Acho fantástico este grupo. De certa forma elas conseguem dar aquele grito ou de socorro ou de libertação. Aqui as mulheres têm voz e conseguem, de certa forma, um apoio”, resume Monah Helaihel, uma das participantes da comunidade.
Em um post sobre perdoar ou não uma traição, a psicopedagoga e escritora Danielle Lourenço Hoepfner deixou um conselho muito especial que acalmou o coração aflito de uma das participantes:
“Em primeiro lugar, lamento muito por sua dor!
Quanto a sua dúvida, não tem fórmula mágica, sabe?
Tem que descobrir o que funciona pra você!
Se resolver perdoar, saiba que essa é uma decisão diária!
Não temos botão liga-desliga de perdão!
Vai doer muito até não doer mais!
A questão é se vc quer encarar essa seara…
Outra coisa, perdoar não significa esquecer.
Perdoar quer dizer lembrar sem dor ou medo de acontecer de novo!
Pelo que entendi, você já aceitou recomeçar certo?
Então vai devagar com a dor!
Não se obrigue a nada, não diga sim querendo dizer não, chore se tiver vontade e se acolha muito!
E, por fim, mas não menos importante: existe reversibilidade de pensamento!
Mudou de ideia? Comunique e vá viver sua vida!
Faça o melhor PRA VOCÊ!
Abraço quentinho!” (SIC)
Este movimento todo no digital também trouxe a vontade de criarmos encontros presenciais e eles já começaram a acontecer na sede do SEBRAE com o nome de Café com a Especialista, em que trazemos um tema discutido na comunidade para a vida real e tem sido um enorme sucesso. Acompanhe!