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Se pensarmos em um esporte, ser capaz de criar uma startup, mantê-la viva e fazê-la dar lucro é como ser um atleta de elite.| Foto: DCStudio / Freepik

De dois anos para cá, o mercado de startups está passando por diversos desafios, principalmente relacionados ao levantamento de capital. Depois de praticamente dez anos de euforia, nos quais víamos empresas levantando diversas rodadas em pouco tempo e a valuations sem o menor sentido.

É claro que, depois de anos e anos de festa, a queda seria grande. Os investimentos caíram drasticamente e os valuations também. Diversas startups precisaram fazer demissões em massa - algumas delas, diversas vezes - para conseguir mais tempo de sobrevivência enquanto o mercado não se recupera.

Acompanhei de perto essa ascensão das startups, saindo de algo quase underground para se tornarem algo mainstream no mundo dos negócios. Vi de perto, também, como se tornar fundador de uma startup virou o sonho de diversos jovens e profissionais, quase como se fosse algo fácil ou uma escolha de carreira super segura.

Por alguns anos, eu tinha a sensação de que se você não começasse sua própria startup, seria visto como um fracasso. Trabalhar em uma grande empresa? Isso é coisa do passado. Havia quase uma histeria coletiva em relação a ser um fundador de startup.

Se pensarmos em um esporte, ser capaz de criar uma startup, mantê-la viva e fazê-la dar lucro é como ser um atleta de elite. Isso é extremamente difícil e raro, mas a histeria coletiva dos grandes números inflados fez muita gente achar que isso era fácil e comum. Não é.

Continuo acreditando, naturalmente, no potencial desse tipo de empresa. Sou investidor em uma dezena delas, algumas super bem-sucedidas. Outras acabaram morrendo pelo caminho. Faz parte do jogo.

A parte de que realmente não gosto é quando algo vira moda e vemos muita gente querendo entrar naquilo sem realmente entender o que está fazendo. A crise desse mercado é um ótimo lembrete de que startups, no fim das contas, são empresas. Sim, Amazon e Nubank passaram anos queimando caixa até conseguirem dar lucro. Mas quantas Amazons e Nubanks existem? Exato, não muitas.

Não tenho certeza de qual vai ser a próxima histeria coletiva. Hoje, temos diversos potenciais. Meu ponto é: essas modas trazem, sim, diversas oportunidades para profissionais, empresas, investidores e assim por diante. Mas assim como toda moda, é preciso ter cautela e não achar que você precisa entrar de qualquer jeito naquele barco antes que ele parta.

É preciso ser rápido para agir, mas paciente para ter resultados. Durante a histeria coletiva das startups, muita gente esqueceu disso. Agora, vemos uma ressaca dolorosa resultado de uma festa que durou quase dez anos.

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