

As praias ao redor de Kuta são assim, desertas, mar azul mais que turquesa e muito sol
Pegamos um voo de Bali para Lombok porque custava, por incrível que pareça o mesmo preço do ferry, 25 USD, e a duração era uma hora e meia a menos de viagem. Lombok é uma ilha mais ou menos do tamanho de Bali, só que como as Gilis, quase que inteira muçulmana e com uma população ao redor de 3 milhões de habitantes. A população ali é da tribo Sasak, parecidos com os balineses em língua e raça, mas diferentes na religião. Fomos com destino certo, a praia de Kuta onde estava a Sophia, uma amiga francesa que fizemos no Camboja e que se apaixonou de tal maneira pela ilha e por Kuta que foi e voltou algumas vezes para lá em menos de 6 meses e tem adiado sua passagem a cada 15 dias.

Uma característica marcante do povo da região é a simpatia e hospitalidade
Em Lombok, onde fica o Mount Rinjani, o 3º mais alto da Indonésia, o clima é totalmente diferente de Bali, é mais simples, pobre, menos habitado, menos turístico e mais rústico; estradas simples, asfaltadas e muitas ainda de terra, chão batido. Pra muitos surfistas é o paraíso e para nós, seres normais que gostam de lagartear na praia, também é maravilhoso. As praias ao redor de Kuta são lindas, com areia branca, algumas com ondas perfeitas para o surf, como Mawi e Seger e outras sem onda, como Tanjung Aan e Mawun. Os grandes resorts ainda não chegaram, apenas o Novotel anda por lá. Por sinal, tem muita opção de grandes negócios. Muitos estrangeiros indo para lá fazer “business”: alugam terrenos, casas e homestay e fazem dinheiro. Comprar é mais complicado porque segundo as leis da Indonésia é preciso ter um indonésio como sócio com 51% do negócio. A tendência é de desenvolvimento e crescimento e infelizmente o fim da calma que é o charme do local. Tivemos a oportunidade de alugar um homestay ali junto com a Sophia e montarmos nosso negócio, chegamos a pensar, mas colocando na balança percebi que não poderia viver ali mais que um mês. Roots demais pra mim!

Crianças locais que nos acompanharam pelo passeio. Elas estavam curiosas para ver os estrangeiros
Ficamos num hotel chamado Surfers Inn com preço bom, mas não o mais barato. Se você tiver com pouca grana e quiser gastar muito, muito pouco, pode encontrar em baixa temporada por 10 dólares o quarto num simples homestay com café da manhã e banho frio e ainda tentar negociar por 8 USD. A Sophia, mestre da negociação e já amiga de todo mundo conseguiu o mesmo quarto por 5 USD. Alugamos uma scooter com a ajuda da Sophia e seus incontáveis amigos pela bagatela de 3 dólares a diária e circulamos pelas praias ao redor, mas não deixamos a região de Kuta.

Eu, Seba e Sophia fomos convidados para almoçar na vila, casa de um amigo local com comida típica: arroz, galinha, vegetais e milho
Ficamos amigos dos amigos da Sophia e conseguimos conhecer um pouco mais da cultura e do modo de vida simples e tranquilo, mas muito pobre. As escolas são pagas – 10 USD por mês e muitas famílias não tem dinheiro para pagar e as crianças então vão trabalhar, as barracas vendem praticamente as mesmas coisas, cangas, calças e camisetas e são um ao lado da outra. As mulheres se esforçam em baixa temporada para vender 5 a 10 dólares e é um dinheirão. Ali não se precisa muito pra viver, não tem nem onde gastar. O rapaz que nos alugou a moto ganhava 35 USD ao mês com quatro filhos. Um prato de comida tradicional de macarrão com galinha, Mie Goreng, custava 1,5 USD e muito gostoso, mas as vezes muito apimentado. Os restaurantes são simples, bem simples, os que são um pouco mais sofisticados com comidas estrangeiras custavam em média 5 a 7 dólares.

Feira de domingo em Kuta: muito frutos do mar, frutas, verduras e roupas misturadas ao lixo
O cenário simples e pobre contrasta com a beleza das praias, dos campos de arroz e tabaco e ressalta a simpatia dos moradores. No entanto ao redor de muito lixo. Eles não têm a educação, o costume de jogar lixo na lixeira, simplesmente vai para o chão o que reflete obviamente nas praias. Uma das mais lindas que já estive estava repleta de sacos plásticos. Uma tristeza. Eles precisam do turista, tá certo, mas gostam deles e nos tratam muito bem. Percebemos durante nossos sete dias ali que os jovens turistas se misturam com os locais facilmente e convivem como amigos de anos. Se você for a Kuta não deixe de participar das noites de música ao vivo no Beach Bar. Como tudo ali é simples, o bar não podia ser diferente: uma tábua com algumas garrafas em cima, uma fio de lâmpadas coloridas, uns troncos de árvore para galera sentar e curtir o som. Outra dica é assistir ao pôr do sol no morro em frente ao Novotel e saborear uma comida natural no Ashtari, um restaurante que está à venda no alto do morro com uma vista espetacular da praia de Kuta. Repare também nos gatos, eles não têm o rabo, parece cortado, mas é genético!

Pôr do sol em cima do morro, imperdível!

Eu e Sophia curtindo uma vista de Lombok

Praia de Mawun, Lombok

Praia de Tanjung Aan, Lombok

Praia de Surf, Mawí

Ahh… o pôr do sol…

Peixes à venda no mercado de domingo em Kuta

Mulheres Sasak de Lombok

A ilha é divina, com exceção do lixo que está por tudo, inclusive no mar

As crianças da ilha são dóceis, meigas e trabalhadoras



Vista da praia de Kuta do terraço do restaurante Ashtari

Muita terra pra vender, muitos negócios possíveis

Kuta

As mulheres da Indonésia carregam de tudo na cabeça, e os homens…. tranquilos…

Ashtari, lugar mágico!

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Nosso próximo destino: Flores, nosso último destino na Indonésia!
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