

Estava curioso para ver e ouvir Ecos Falsos ao vivo. A banda paulista de “anárquico-punk-pop”, em autodefinição, foi a convidada de ontem (sexta, 5) dos curitibanos do Sabonetes – que haviam trazido as ótimas monno (MG) e The Twinpines (SP) nas sextas-feiras anteriores. Mas algo aconteceu. E eu desconfio o que é.
Descartável Longa Vida, primeiro cd do quarteto (Monstro Discos) é muito bem produzido. Mesmo. As participações de Tom Zé na irreverente “Revolta da Musa”, Fernanda Takai na bonitinha “Dois a Zero” dão um toque de Midas no disco, que só funciona bem de verdade em som estéreo reguladinho. Esse é um problemão: quando a banda não acontece ao vivo.
O som estava mal equalizado, bagunçado, estranho. Frustrante, enfim. Guitarras variando de altura, vocais baixos, bateria consumindo tudo. Um pouco é fruto do estilo da banda, sem dúvida.
E isso não exclui a qualidade de Ecos Falsos – que não à toa participou do “Banda Antes”, da MTV, e foram finalistas do VMB de 2006 com o clipe da música “Réveillon”. Gustavo Martins (baixo, guitarra), Daniel Akashi e Felipe Daros (guitarras) e Davi Rodriguez são músicos de primeira. Só não era a noite deles. Acontece.
Drops
— A sensacional “Sentimental” veio no bis, antes de “Bolero Matador”, que arrastou casais para frente do palco em troca de três cd’s da banda.
— Depois do EP A Última Palavra em Fashion (2005) e do ótimo Descartável Longa Vida (2007), o grupo prepara um segundo disco para o ano que vem. Oremos.
— Gustavo Martins é um misto de Sérgio Malandro com Sílvio Santos. Tem uma voz engraçada quando fala e trejeitos peculiares quando canta. O cara – que toca muito – é meio “geninho” e já escreveu seis livros infantis. Apareceu inclusive no programa da Xuxa, há anos atrás.
— O show do Sabonetes foi, mais uma vez, redondinho. Atraiu mais público para perto do palco do que a convidada e ouvia-se coro em “Descontrolada” e “Quando Ela Tira o Vestido” A banda está pronta para algo maior. E só ter paciência.
— E deu treta no bar irlandês. Seguranças tiraram a pontapés uns dois ou três mancebos de lá. Bem feio de ver.



