A União Europeia (UE) propôs nesta terça-feira (8) um voto sobre renovação da autorização por 15 anos do glifosato, substância ativa utilizada nos pesticidas, depois que vários países do bloco se uniram aos críticos da substância - segundo fontes diferentes.
A Comissão Europeia deverá apresentar à votação de uma comissão de peritos que representam os Estados-membros reunidos na segunda-feira e terça-feira em Bruxelas, a renovação da autorização que expira em junho. Mas pela pressão e a ameaça de não obter maioria qualificada, a questão não foi submetida, embora debatida, segundo fontes europeias.
De acordo com fontes diplomáticas, a maioria necessária para a aprovação não foi alcançada, que se trata de 55% dos Estados, representando 65% da população da UE.
A Comissão recusou na terça-feira a confirmar o adiamento da votação sobre esta autorização, que tem causado uma onda de protestos de organizações não governamentais e eurodeputados. “Os serviços da Comissão e os Estados-membros discutiram os próximos passos”, disse uma fonte da UE, salientando que “não há tempo para ter mais discussões”.
O comitê de peritos deve se reunir em 18 e 19 de maio. A questão pode no entanto ser tratada antes “se necessário”.
A Holanda adiantou na semana passada que iria pedir que a votação fosse adiada. França, Suécia e Itália tinham avisado que iriam votar contra. A Alemanha, onde os ambientalistas militam contra a renovação, também teria pedido o adiamento do voto, o que deixou sem maioria qualificada para proceder.
Os riscos à saúde pelo uso do glifosato, inclusive o risco de câncer, será analisado por outro organismo comunitário, a Agência Europeia de Substâncias e Misturas Químicas (ECHA, na sigla em inglês), que poderia adotar uma avaliação diferente daquela da EFSA, destacou o Greenpeace.
O uso de herbicidas que contêm glifosato se generalizou rapidamente desde que foi lançado no mercado na década de 1970. Com o desenvolvimento de cultivos transgênicos resistentes a esta substância, como a soja RR (Roundup Ready) da Monsanto, seu uso se disseminou ainda mais.
A gigante americana Monsanto estima em um comunicado que “a autorização europeia de pesticidas é um processo rigoroso e transparente” e que espera uma votação em breve nos Estados-membros.
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