• Carregando...
Elderson Ruthes, pesquisador da Fundação ABC: a Intacta é resistente a lagartas | Josua© Teixiera / Gazeta Do Povo
Elderson Ruthes, pesquisador da Fundação ABC: a Intacta é resistente a lagartas| Foto: Josua© Teixiera / Gazeta Do Povo

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep) passaram ontem a aconselhar os produtores rurais a não assinarem o acordo sobre os royalties da soja transgênica RR1, distribuído pela Monsanto em feiras agropecuários e também disponível na internet. O motivo é a inclusão do licenciamento da tecnologia da soja Intacta RR2 Pro, semente transgênica que deve estar disponível ao plantio comercial no Brasil na próxima safra, após liberação da China. Segundo as entidades, os termos da nova geração foram incluídos no contrato deliberadamente.

“O novo acordo foi uma surpresa, pois foi apresentada uma minuta e distribuída outra. Os itens referentes a RR2 foram colocados deliberadamente pela Monsato. Fomos ludibriados”, disse o presidente da Faep, Ágide Meneguette. “Ficou combinado que na hora do lançamento da RR2 teria uma nova reunião para se discutir a cobrança.”

Em nota, a Monsanto afirmou manter diálogo aberto com a CNA e com as federações estaduais. Ainda segundo a empresa, um documento que visa atender às solicitações das entidades foi entregue ontem. A soja RR1 é plantada em mais de dois terços das lavouras brasileiras.

No encontro realizado em janeiro, ficou acordado que a Monsanto não cobraria royalties pelo uso da RR1 na temporada atual e nem na próxima. Em contrapartida, os produtores não acionariam a multinacional na Justiça para reaver os pagamentos das safras 2010/11 e 2011/12. Na época, as entidades do setor orientavam os produtores a assinarem o acordo.

Diante da mudança do acordo, as entidades procuraram a Monsanto solicitando a interrupção da distribuição do documento. Segundo o vice presidente da CNA, José Mário Schreiner, a exigência é de que a empresa redija um novo texto respeitando o que foi combinado entre as partes, apenas com os termos da RR1, e redistribua aos agricultores, que podem ou não assiná-lo.

Caso o pedido não seja adotado, as entidades do setor prometem ingressar na Justiça para anular o atual documento. Na ausência do contrato referente dos royalties da tecnologia RR1, não estão descartadas ações pedindo o reembolso das cobranças nas últimas duas safras, em discussão na Justiça de Mato Grosso.Fundação prevê adesão à nova soja transgênicaAs folhas de soja sem defeitos que ocupam um retângulo de terra no 16.º Show Tecnológico de Verão da Fundação ABC, aberto ontem em Ponta Grossa, deverão se multiplicar nas lavouras dos Campos Gerais em 2013/14. Essa é a expectativa da entidade de pesquisas agrícolas que reúne as cooperativas Batavo, Castrolanda e Capal. Segundo os técnicos da entidade, além da tolerância ao glifosato característica da soja transgênica RR1, oficialmente plantada desde 2006/07 no Brasil, a Intacta RR2 Pro é capaz de matar insetos como o milho Bt. “As nossas observações foram voltadas para as lagartas. O resultado foi bom para as principais espécies que atacam a soja”, disse o pesquisador de Entomologia da Fundação ABC Elderson Ruthes. Para ele, caso a China aprove a importação – o país é o principal importador da oleaginosa brasileira –, os produtores deverão adotar a Intacta na primeira oportunidade.

 

 

 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]