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| Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo

O mercado mundial de grãos tem sido bastante afetado ultimamente pelas disputas comerciais entre Estados Unidos e China, o que gerado muitas incertezas não só para os produtores do agronegócio dos dois países. Ao mesmo tempo, a guerra entre chineses e norte-americanos pode criar oportunidades para o Brasil crescer e diversificar seus mercados.

O tema foi debatido durante o 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre nesta quinta e sexta no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Participaram do painel Susan Sutherland, da Bolsa de Valores de Chicago, Miguel Ruiz, da Câmara de Comércio México-Brasil (Camebra) e Márcio Copacheski, da Cooperativa Castrolanda.

De acordo com Susan Sutherland, a guerra comercial derrubou o preço do milho e levantou dúvidas dos produtores norte-americanos em relação ao futuro deste e de outros commodities “O governo anunciou um pacote de US$ 12 bilhões aos produtores, principalmente de soja e porco, mas eles não querem esmola, querem um comércio livre, e isso cria uma batata quente política para o Trump”, observou.

Segundo ela, a expectativa atual dos produtores dos EUA é negativa, com perspectiva de queda da renda em torno de 10%. E os números de exportação do país também estão caindo.

Já Miguel Ruiz, da Camebra, comentou sobre a grande dependência do México do mercado americano e canadense – principais importadores dos seus produtos. Ele diz que a guerra comercial entre China e EUA criou incertezas para os produtores mexicanos. “No entanto, essa dependência gera oportunidades de criar novas fontes para exportação dos nossos produtos e diversificar as importações”, falou, citando especialmente a relação comercial com o Brasil.

Atualmente, o Brasil já exporta para o México produtos como soja, frango e o milho – estes últimos mais recentemente – e com potencial de crescimento. Em contrapartida, importamos automóveis e peças dos mexicanos. “Há um grande potencial nessa relação bilateral. Temos que conversar mais e trocar informações ao invés de competir”, disse.

Copacheski, por sua vez, destacou a força do Brasil e o crescimento na produção de grãos, e o perfil dos produtores de reinvestir na lavoura. Como somos bons e competitivos nessa área, o especialista disse que tendência é mantermos o crescimento para os próximos anos, consolidando a posição de protagonistas na geração de alimentos.

Entretanto, ele destacou que o mercado mundial é bastante competitivo. “Às vezes somos pegos de surpresa por estratégias políticas e comerciais. Precisamos ser experts na produção, mas também influenciadores nesse mercado internacional de grãos”, observou.

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