Quando o Mercosul foi criado, em 1991, tinha como proposta integrar as economias do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Em muitos aspectos, o bloco alcançou sucesso, viabilizando, por exemplo, o crescimento das exportações das nações signatárias. A obrigatoriedade de negociação coletiva de tratados comerciais e a união alfandegária, no entanto, ainda geram entraves e dificultam a conquista de novos mercados. Na opinião de especialistas presentes no 4º Fórum de Agricultura da América do Sul, talvez seja o momento de buscar alternativas e adequar o bloco à realidade. O evento começou nesta quinta-feira (25), em Curitiba, e segue até o início da tarde desta sexta-feira (26).
“A ideia deu bons resultados, por isso acho que não se coloca a questão de ficar ou sair do Mercosul. O que se coloca é o que se pode fazer para não amarrar os países e liberá-los para processos distintos. Há vantagens e desvantagens na discussão. Se deve o Mercosul dar um passo atrás de união aduaneira para área de livre comércio, para que fosse possível a assinatura de acordos bilaterais, é uma pergunta a se fazer”, declarou o diplomata na missão brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC), Celso de Tarso Pereira durante o painel “Mercado internacional: negociações além da política comercial”.
O diretor de Abertura de Mercados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), João Luís Rossi, também participou do debate, mediado pelo especialista em comércio exterior da Legex Consultoria, Fabio Carneiro Cunha. Segundo Rossi, do ponto de vista agrícola, há uma forte convergência entre os países membros do Mercosul, principalmente por causa da vocação exportadora da região. “Temos mais dificuldade com os países com quem negociamos, por causa da competitividade do nosso agronegócio”.
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