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Atrasos de pagamento de até quatro meses, protesto com centenas de avicultores, fechamento de frigoríficos. Os problemas eclodiram em plena época de custos recordes. Os governos estadual e federal ainda não avaliaram o que de fato acontece com as empresas inadimplentes. "Em momentos de crise, os menos competitivos acabam sendo excluídos do mercado", diz o secretário estadual Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

"Há empresários e empresários. Não sabemos o que aqueles que estão em dificuldades fizeram para chegar a essa situação. As empresas não abrem seus números", pontua o técnico da Deral Roberto de Andrade Silva. As empresas em dificuldades podem ter elevado a produção além da necessidade do mercado e precisam rever suas contas, que incluem altos investimentos, considera o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

No Paraná, ao menos três companhias estão nessa situação. A Diplomata reconheceu que passa por dificuldades, mas afirma ter retomado, após acordo com os avicultores, na semana passada, o pagamento dos integrados e a entrega de ração. Segundo os produtores, a dívida soma cerca de R$ 1,9 milhão. O frigorífico pagou a primeira parcela, mas anunciou o fechamento de dois abatedouros, em Londrina (Norte) e Madirituba (Região Metropolitana de Curitiba). A planta de Capanema, no Sudoeste do estado, continua operando normalmente.

Ao todo, quase mil funcionários correm risco de demissão. A empresa garante que a suspenção das atividades é temporária e que não deve afetar os avicultores. Segundo o porta-voz da Diplomata, as aves produzidas em Mandirituba serão abatidas no frigorífico da empresa em Xaxim (SC) e o frango da região de Londrina será encaminhado a Capanema, num percurso de quase 500 quilômetros. As duas unidades fechadas têm capacidade para abater 110 mil frangos por dia e reúnem 260 avicultores.

Mudanças

Para o técnico do Deral, a crise deve reorganizar o setor e pode provocar fusões ou mesmo aquisições dos frigoríficos em dificuldades. "Foi o nosso caso. Compramos três abatedouros nos últimos anos e não descartamos a possibilidade de novas aquisições", revela Ciliomar Tortola, diretor do grupo GTFoods, com sede em Maringá (Noroeste).

"Quem permanecer vai nadar de braçada, pois a atividade continua sendo viável e tem boas perspectivas", avalia Valter Bampi, diretor do Big Frango, de Rolândia (Norte).

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