O Brasil tem entre 4 e 5 milhões de hectares de terras prontos para irrigação, com farta disponibilidade de água, nenhum problema de solo nem sobreposição com áreas protegidas ou reservas indígenas.
O aproveitamento desse potencial será decisivo para garantir a alimentação de quase 10 bilhões de pessoas que viverão no planeta em 2050. O papel da agricultura irrigada brasileira para segurança alimentar do planeta foi destacado pelo representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, em entrevista ao Núcleo do Agronegócio da Gazeta do Povo, em Curitiba (16/04).
“O Brasil tem essas terras disponíveis, prontas para começar a produzir. Além disso, são áreas servidas de eletricidade e estradas para escoamento dos produtos. A proposta é de irrigação sustentável e uso eficiente da água, com sistemas modernos e baratos que possibilitam aproveitar cada gota”, destacou Bojanic. O desafio, segundo ele, é prover crédito e atrair investimentos privados para tornar o plantio irrigado uma realidade nesses 5 milhões de hectares num prazo de 5 a 10 anos.
Estimativas da FAO apontam que o Brasil poderá responder por até 40% da quantidade adicional de alimentos que o mundo precisará para fazer frente à superpopulação daqui a três décadas. “A fronteira da produtividade e da produção não será pelo desmatamento, mas pela utilização melhor das áreas que já plantamos. O potencial é para fazer três safras por ano e, para isso, é preciso a intensificação sustentável do uso do solo”, sublinha o representante da FAO. “Estamos falando de tecnologias provadas, não de algo hipotético”.
Segundo estudo da FAO, com irrigação uma mesma área pode produzir até 2,7 vezes mais. O detalhamento do potencial de irrigação no Brasil, por regiões, está no livro “Agricultura irrigada sustentável no Brasil: Identificação de Áreas Prioritárias”, disponível online (clique aqui para acessar).
Abaixo, a íntegra da entrevista de Alan Bojanic à Gazeta do Povo.
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