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A J&F, controladora da JBS, conseguiu fechar um acordo de leniência com o Ministério Público do Distrito Federal por R$ 10,3 bilhões. | /
A J&F, controladora da JBS, conseguiu fechar um acordo de leniência com o Ministério Público do Distrito Federal por R$ 10,3 bilhões.| Foto: /

Um sindicato de carne bovina dos Estados Unidos enviou uma carta ao presidente americano Donald Trump pedindo que as autoridades investiguem a atuação da JBS no país. Caso sejam comprovadas práticas ilegais, a entidade pede a alienação imediata de todos os ativos da empresa nos EUA.

O R-CALF United Stockgrowers of America (sindicato dos pecuaristas americanos) pede também que o Departamento de Justiça não aceite um acordo de leniência com a empresa brasileira, a maior processadora de proteína animal do mundo.

A J&F, controladora da JBS, conseguiu fechar um acordo de leniência com o Ministério Público do Distrito Federal por R$ 10,3 bilhões.

O documento, de 11 páginas, foi enviado também ao procurador-geral, Jess Sessions, ao secretário de agricultura, Sonny Perdue, e ao senador Charles Grassley, presidente do comitê de Justiça da Casa.

A entidade pede que sejam examinadas as relações entre a JBS e congressistas, autoridades e funcionários do Departamento de Justiça, do Departamento de Agricultura, do CFTC (órgão que controla as operações no mercado futuro de commodities nos EUA) e de outras agências federais.

O documento também pede a anulação ou reversão das aprovações dadas pelo governo a operações de fusão e aquisição da companhia brasileira nos EUA.

Fazendo referência às investigações da Polícia Federal, que apontam pagamento de propina pela empresa em troca de vantagens, o sindicato diz que “é nítido agora que o modelo de negócio da JBS dependia fortemente de práticas ilegais e de corrupção para influenciar ações e políticas governamentais assim como decisões por entidades reguladas, como bancos”.

Por isso, é provável que a companhia tenha adotado a mesma abordagem em sua operação americana, dizem. Assim, é necessária uma investigação do escopo e impacto dessas práticas sobre a indústria de gado, “constituído por centenas de milhares de fazendas familiares e ranchos e vitalmente importante para o bem-estar econômico na América rural”.

A entidade diz que denunciou as práticas da JBS desde sua entrada no mercado americano, em 2007, mas foi ignorada.

O documento segue elencando casos suspeitos de atuação da empresa, como na aquisição da fazenda do Smithfield Beef Group and Five Rivers, da Pilgrim’s Pride, da McElhaney Cattle Company e de duas plantas de embalagem da XL Four Star Beef.

A entidade ainda levanta suspeitas sobre mudanças na legislação e no quadro regulatório americano que teriam beneficiado a JBS, como o relaxamento de restrições sanitárias à importação e a suspensão da lei que determinava a identificação do país de origem de carne bovina, suína e outras commodities.

“Se essas alegações estiverem corretas, então a JBS zombou das leis e regulações dos EUA”, conclui o pedido, assinado pelo presidente da entidade, Bill Bullard.

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