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A importância da pesquisa aplicada para o avanço do saneamento no Brasil
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Hoje no Brasil, as redes coletoras de esgotos alcançam apenas 61,4% da população urbana brasileira, sendo que nem todo esgoto coletado é direcionado para estações de tratamento, fazendo com que, ainda nos dias atuais, milhões de brasileiros não disponham de tratamento adequado de esgotos, utilizando medidas alternativas para destinar seus resíduos. Não é novidade que ainda há muito que se avançar em termos de saneamento no Brasil. De fato, o mundo ainda precisa avançar, o Brasil encontra-se numa posição intermediário entre os países que buscam resolver ou já resolveram o problema. Inclusive, o ODS 6 (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos. E nesse sentido, várias medidas e iniciativas tem surgido visando avançar nesta questão.

O incremento e desenvolvimento de pesquisa aplicada é uma das principais formas para se encontrar alternativas sustentáveis para os problemas decorrentes da falta de saneamento. Muitas companhias de saneamento estão investindo massivamente em tecnologias para aumentar a eficiência dos seus serviços, com amplos estudos nas áreas de produção de água para reúso, uso energético do biogás, uso agrícola e energético dos lodo de esgoto, processos mais eficientes de tratamento de água e esgoto, tecnologias mais eficientes de substituição de redes, materiais mais consistentes e adequados, ampliação do uso variado de tecnologia da informação, dentre vários outros.

Dentre estas importantes iniciativas cabe destacar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT-ETEs Sustentáveis). O INCT tem como objetivo tornar-se um centro de referência nacional e internacional para questões relacionadas ao tratamento de esgoto, mas principalmente, contribuir para a promoção de mudanças efetivas nos serviços de esgotamento sanitário nos países em desenvolvimento. O projeto de pesquisa proporá soluções tecnológicas sustentáveis adequadas às diversas realidades do Brasil, fará capacitação profissional e construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresas privadas.

O núcleo gestor do INCT é formado por 7 instituições brasileiras de ensino e pesquisa que atuam na área de saneamento ambiental: as universidades federais de Minas Gerais (coordenadora geral do projeto), Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco, São Paulo e o ISAE – Escola de Negócios, este último coordenando a região Sul do país. Além do grupo gestor fazem parte várias outras universidades e instituições de pesquisa no Brasil e no mundo, constituindo uma grande rede interdisciplinar de trabalho, com cerca de 100 profissionais trabalhando de forma integrada. Assim, cria-se grande expectativa em relação aos produtos a serem gerados pelo grupo.

O INCT-ETEs atua 5 linhas de pesquisa: 1) gerenciamento do sistema de coleta e transporte de esgoto doméstico; 2) controle das emissões gasosas e aproveitamento energético do biogás nas ETEs; 3) valorização dos subprodutos sólidos do tratamento de esgoto; 4) remoção de microcontaminantes, remoção e recuperação de nutrientes e produção de água para reúso; e 5) gestão do saneamento, aspectos legais e institucionais e capacitação.

O projeto teve início efetivamente no segundo semestre de 2017 e tem duração prevista de 5 anos, ao longo dos quais, os vários produtos e informações geradas serão integralmente disponibilizadas. O website www.etes-sustentaveis.org abrigará as informações nos idiomas português e inglês.

Dentre os principais resultados esperados com o desenvolvimento dos trabalhos do INCT-ETEs espera-se:

*Artigo escrito por Professor Dr Charles Carneiro, Professor Dr Gustavo R C Posseti e Engenheira Ana Beatriz Bastos Alves, contribuintes do ISAE/FGV que é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

**Quer saber mais sobre cidadania, educação, cultura, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom, Twitter: @InstitutoGRPCOM e Instagram: instagram.com/institutogrpcom

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