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Antes de mais nada, que fique muito claro: Baixa Gastronomia é elogio.

Afinal, trata-se de bares, restaurantes e lanchonetes que se propõe a vender comida e bebida saborosas a preços honestos, em que você é bem atendido quer chegue de terno ou de calção e chinelo de dedo e onde juntamos amigos para horas de conversa em torno de cerveja bem gelada (em copo americano, claro).

A simplicidade e a simpatia desses lugares, que encontramos em cada bairro da cidade, faz com que eles juntem uma clientela fiel. Decoração assinada por arquiteto bacana? Estacionamento com manobrista? Citação em colunas sociais? Esqueça. Aqui não tem nada disso. (Ainda bem!)

Com o devido respeito, citamos dois mestres que nos inspiraram.

O jornalista André Barcinski ensinou que, em Baixa Gastronomia, não existe chef, mas cozinheiro. Espuma, só na cerveja. Quem serve as mesas é garçom – garçom mesmo, de preferência com paletó branco e gravata borboleta, e devidamente escolado na arte de servir arroz usando duas colheres sem derrubar um grão que seja (não que alguns grãos de arroz na mesa vão nos incomodar, é só pra dar noção da destreza do sujeito). Não, amigos: modelos e atrizes não arranjam emprego em estabelecimentos da Baixa Gastronomia.

Do (para nós) clássico “Comidas de Botequim”, livro publicado em 1981 por Ana Judith de Carvalho, tiramos outras lições: “Um local informal e despojado de decorações inúteis ou pretensiosas, onde se vai sobretudo para beber e tirar o gosto com salgadinhos e petiscos simples, e que do meio-dia ao começo da tarde serve o almoço, com aquela comidinha do tipo caseiro.”

Ainda ela: “Esses lugares tradicionais apresentam, além de sua atraente cozinha, um clima de tranquilidade e solidariedade únicas, pois sua clientela é fiel. Sabe que vai comer honestamente, sem falsos mistérios ou complicações. Vai, inclusive, comer fartamente, e por um preço justo.”

Sim, preço justo. Não que Baixa Gastronomia tenha de ser, necessariamente, barata. Mas você paga (em dinheiro, de preferência) pela comida e pela bebida que te servem, não pela decoração, pela localização ou pela fama do lugar (gorjetas são bem-vindas, claro!)

Este blog surgiu de uma conversa no Bar Palácio. Dali, saiu um mapa que cresceu, atraiu atenção e rendeu uma comunidade que foi bastante ativa no Facebook. Sugestões são sempre bem-vindas. Comente aqui no blog, no Facebook, nos envie um e-mail, nos siga no Twitter.

Seja bem-vindo, no melhor espírito da Baixa Gastronomia! Entre, peça uma cerveja, um tira-gosto, e fique à vontade!

Você está no único blog da cidade que tem um x-coração batendo no peito!

Os autores

Guilherme Caldas – Um quadrinhista que já foi cenotécnico, camiseteiro, trabalha com publicidade sem ser publicitário e que, um dia, resolveu listar uma meia dúzia de bares e restaurantes num mapa.

Rafael Martins – Jornalista desde 1998, também é guitarrista de bandas como Wandula e Bad Folks. Uma noite, após umas cervejas, papeou sobre um guia de baixa gastronomia com Guilherme e, dias depois, se surpreendeu com o tamanho que a coisa tinha tomado.

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