A prefeitura de Curitiba publicou no Diário Oficial de sexta-feira (23) um novo valor para a tarifa técnica do transporte coletivo. De R$ 4,06, a remuneração dos empresários foi para R$ 4,24, quase no limite do valor pago pelos usuários, que está em R$ 4,25. O aumento leva em conta a alta no preço do diesel e a mudanças dos custos de pessoal de variável para fixo e é referente ao período de novembro de 2017 a fevereiro de 2018. Ou seja, a prefeitura deverá pagar a diferença de forma retroativa e ainda definir novo valor para o período tarifário 2017-2018.
O problema que Rafael Greca (PMN) enfrenta a partir de agora é que neste valor ainda não foi considerado o reajuste dos trabalhadores do transporte coletivo, que impacta cerca de 50% na Tarifa Técnica. Resumindo, qualquer aumento que motoristas e cobradores recebam vai fazer a remuneração das empresas exceder os R$ 4,25 pagos pelos usuários. Neste caso, a prefeitura terá, a princípio, apenas dois caminhos possíveis: ou volta a subsidiar o transporte ou aumenta o valor da passagem, descumprindo a promessa de Rafael Greca de congelamento durante 2018.
O que a prefeitura e a Urbs têm feito é tentar criar um caminho alternativo para segurar o aumento da tarifa e, ainda assim, manter receitas e despesas no mesmo patamar: a redução de custos do sistema. Para isso, a Urbs tem feito um pente fino nas despesas desde o ano passado e tem pensado em soluções como mudança de materiais de acessórios do ônibus, a redefinição de trajetos e o combate aos fura-catracas.
Além disso, Segundo Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs, a empresa contratou a consultoria de três matemáticos da Universidade Federal do Paraná. Eles estão revisando todos os itens que compõem a tarifa sob a ótica do contrato de concessão. A partir dessa análise, a Urbs espera receber recomendações que possam levar ao corte de custos.
Entretanto, se a redução não for suficiente para a prefeitura fazer frente a um novo aumento da tarifa técnica – que certamente virá em decorrência do reajuste de motoristas e cobradores –, Greca terá que recorrer ao subsídio. O próprio presidente da Urbs admite essa possibilidade, embora veja como algo temporário.
“Nós temos um saldo dentro do FUC [Fundo de Urbanização de Curitiba] que nos permite ter uma tranquilidade, se necessário for. O que estamos fazendo é traçar uma meta de mitigação de custos. Não queremos desequilibrar o sistema”, afirmou.
A audiência do Tribunal Regional do Trabalho que vai definir o reajuste no salário de motoristas e cobradores está marcada para acontecer no dia 12 de abril. Sem essa definição a prefeitura não tem como calcular o valor da tarifa técnica para o período 2018-2019.
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