• Carregando...
La Palme Bistro põe Londrina na primeira linha da gastronomia nacional
| Foto:

Canard à l’orange, um dos pratos mais apreciados do cardápio do La Palme Bistro. (Foto/ Divulgação)

O chef Rodrigo Martins entre João Gomes e Juliana Nacamura, proprietários do La Palme. (Foto/ Divulgação)

Por conta de compromissos profissionais tenho ido muito a Londrina nos últimos tempos. E, confesso, tenho comido muito bem. Desde as opções mais em conta, os lugares exclusivos da madrugada, as dicas locais, até mesmo em algumas casas mais requintadas. Tem de tudo, para todos os gostos, e certamente o assunto renderá mais algumas postagens aqui no blog.

Comi bem, sempre – em restaurantes populares e em outros mais classudos. Mas nunca como da vez em que estive – com companheiros de viagem – no La Palme Bistro. Já vinha acompanhando algumas publicações do chef Rodrigo Martins na internet, mas não tinha ideia do que ele exatamente estaria fazendo por lá. Rodrigo é um dos mais conceituados consultores gastronômicos do país e onde ele se mete tudo passa a funcionar a contento. Londrinense, criou-se praticamente dentro do pequeno restaurante do pai na cidade. Ainda cedo mudou-se para São Paulo, estudou gastronomia e aprendeu muito com o chef francês Laurent Saudeau, de quem recebeu o empurrão definitivo para a profissão.

Camembert pané, a entrada. (Foto/ Anacreon de Téos)

Mas começou a brilhar mesmo como chef do Pomodori, apreciado restaurante italiano da capital paulista, onde dividia a cozinha com Jefferson Rueda (hoje proprietário da badalada A Casa do Porco Bar). Foram seis anos de elogios e reconhecimento ao talento do cozinheiro, que depois partiu para outros vôos, quase sempre preparando o terreno para o sucesso de alguns restaurantes. Ele cria o cardápio, treina o pessoal, indica contratações, propõe o modelo de gestão, fica por algum tempo acompanhando a decolagem e depois, quando tudo está bem, aponta para novos desafios. Foi assim no Grupo Vino! em Curitiba, São Paulo e Londrina, participando diretamente da criação e remodelação dos seus restaurantes. Mais recentemente reorganizou o curitibano Mukeka e – optando por se estabelecer em Curitiba – teve tempo até de abrir sua própria casa, The Meatpack House, um bar especializado em pão com linguiça e outras variações semelhantes (escrevi sobre isso há pouco tempo).

Bom, voltemos ao La Palme, o tema original dessa conversa. Nas viagens constantes a Londrina para visitar a família, Rodrigo Martins conheceu João e Juliana Nacamura, proprietários da casa. Que, sabedores do know-how do chef nas entrelinhas da gestão de restaurantes, pediram um diagnóstico e uma consultoria para aprimorar alguns itens, tanto no cardápio quanto na administração do bistrô, inaugurado há cerca de um ano e meio.

A casa vinha bem, recebida com respeito e admiração pelos londrinenses, mas ainda faltava um quê para deslanchar de vez. Pois agora não falta mais nada. Em pouco tempo de trabalho, Rodrigo Martins já calcou sua assinatura e os reflexos são projetados tanto na gestão quanto no cardápio, que está irresistível.

A fachada envidraçada do La Palme – como nos bistrôs parisienses. (Foto/ Divulgação)

O nome já indica, claro, a linha francesa. E a ambientação tem muito daqueles bistrôs de lá, toda envidraçada, parecendo uma grande vitrine, com ampla vista da rua. Os clientes são recebidos com muita atenção e, já à mesa, servidos com uma jarra de água (como na França), que é renovada a todo instante. No couvert, opcional, pães, brioche e manteiga de ervas – R$ 7 – e, dentre as entradas, variações que vão desde o Steak ou salmão tartare a camarões, lascas de bacalhau ou até batatas fritas (gaufrette, aquelas furadinhas) com molho da casa. Escolhi o Camembert pané – R$ 32 – (Camembert crocante servido quente, com mel, pimenta-do-reino e toasts), que vem crocante por fora e se esparrama todo, com o queijo derretido tomando conta do espaço após o primeiro corte.

O primeiro prato, do mar, Crevettes flambées La Palme – R$ 58 – (Camarões flambados à provençal, servidos com fettuccine de pupunha La Palme), prato muito delicado, com o camarão no ponto certo e a pupunha cumprindo com galhardia o papel de acompanhante.

Para o segundo prato, de carne, escolhi o pato – difícil escapar do pato quando há a sugestão. E veio uma bela interpretação do Canard à l’orange – R$ 59 – (Peito de pato grelhado, molho de laranja, batata gaufrette e agrião), um clássico da cozinha francesa, normalmente servido a partir do pato inteiro. Aqui no caso, veio apenas o magret, fatiado e no ponto, rosado por dentro e com a crosta de gordura crocante.

De sobremesa, uma Cocada ao forno com sorvete – R$ 7 -, o toque brasileiro no sabor francês da casa.

A carta de vinhos é bem escolhida a os rótulos acompanham, à altura, a qualidade dos pratos.

Foi tudo muito bom, como já seria de se esperar de um restaurante no qual Rodrigo Martins põe a mão. O La Palme não deve em nada às boas casas das metrópoles gastronômicas do país.

Ainda bem que neste ano devo ainda ir muito a Londrina.

Crevettes flambées La Palme, prato delicadíssimo, combinando os camarões com a pupunha. (Foto/ Divulgação)

La Palme Bistro

Av. Higienópolis, 436 – Centro (Londrina)

Fone: (43) 3026-4925

Entre em contato com o blog:
Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/
Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos
E-mail: a-teos@uol.com.br

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]