Depois de ouvir pela enésima vez Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, de Aldir Blanc e João Bosco, professor Afronsius virou o bolachão no prato da radiola e não resistiu: preparou um uísque com guaraná. Surpresa: no rótulo da garrafa pet, com destaque, uma promoção.
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No primeiro gole, pensou com seus botões de madrepérola como seria uma promoção desse tipo nas garrafas de cerveja e no caso de o prêmio principal ser um carro? Daria para conciliar o estímulo ao consumo com os conselhos “beba com moderação”, “se beber, não dirija”?
O único jeito, e até tornando ainda mais atraente o prêmio, seria acrescentar “um carro com motorista. Abstêmio”.
Aí, não resistiu. Encheu o copo e botou para rodar de novo Dois Pra Lá, Dois Pra Cá, na voz de Elis Regina, por supuesto, e em alto volume:
Sentindo frio em minha alma/
Te convidei pra dançar/
A tua voz me acalmava/
São dois pra lá, dois pra cá/
Meu coração traiçoeiro/
Batia mais que o bongô/
Tremia mais que as maracás/
Descompassado de amor/
Minha cabeça rodando/
Rodava mais que os casais/
O teu perfume gardênia/
E não me perguntes mais/
A tua mão no pescoço/
As tuas costas macias/
Por quanto tempo rondaram/
As minhas noites vazias/
No dedo um falso brilhante/
Brincos iguais ao colar/
E a ponta de um torturante band-aid no calcanhar/
Eu hoje me embriagando/
De uísque com guaraná/
Ouvi tua voz murmurando/
São dois pra lá, dois pra cá
Dejaste abandonada la ilusión/
Que había en mi corazon por ti
ENQUANTO ISSO…
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