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Ziraldo
Ziraldo morreu na tarde deste sábado (6) em casa, no Rio de Janeiro, de causas ainda não divulgadas pela família.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O desenhista, escritor e chargista Ziraldo Alves Pinto faleceu aos 91 anos na tarde deste sábado (6) enquanto dormia em casa no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada pela família até o fechamento desta reportagem.

Conhecido por criar personagens icônicos como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, Ziraldo foi também um dos fundadores do jornal “O Pasquim” nos anos 1960, um veículo contra a ditadura militar no Brasil.

Nascido em 24 de outubro de 1932 em Caratinga (MG), Ziraldo teve seu primeiro desenho publicado aos seis anos de idade no jornal “A Folha de Minas”. Graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Minas Gerais em 1957, enquanto simultaneamente desenvolvia a carreira nas revistas “A Cigarra” e “O Cruzeiro”.

Os primeiros personagens de Ziraldo, como Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho, surgiram nos anos 1960. Na década seguinte, criou a primeira revista brasileira de histórias em quadrinhos com um único autor, chamada de “Turma do Pererê”, inspirado pelos indígenas e animais do folclore brasileiro.

Já o seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, nasceu em 1979 e foi lançado em 1980.

Mauricio de Sousa homenageia Ziraldo

A morte de Ziraldo foi lamentada pelo quadrinista Maurício de Sousa, que disse que o chamou de "irmão" e relembrou algumas passagens da vida com ele.

"Conheci o Ziraldo no início dos anos 1960, quando estava sonhando em ter um gibi, assim como ele. Peguei um trem de Bauru para São Paulo e depois fui para o Rio de Janeiro, com alguns trabalhos embaixo do braço para a nossa tão importante conversa", disse.

Sousa conta que chegou a fazer algumas tiras do Pererê para Ziraldo, mas que se perderam e que nunca mais se viram.

"A parceria não aconteceu naquele dia. Uma porta fechou e outra abriu. Mal sabia eu que, naquele dia, iria ganhar algo eterno: o meu grande irmão de produção de materiais para crianças. E, anos depois, nossos personagens se encontraram mais de uma vez. Hoje, meu irmão partiu para uma outra viagem. Vai deixar saudade, personagens e histórias memoráveis", completou.

Governo lamenta perda de Ziraldo

Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também lamentou a morte de Ziraldo. Ele afirmou que o Brasil perdeu "um de seus maiores expoentes da cultura, da imprensa, da literatura infantil e do imaginário do país", e que o nome dele "é onipresente na cultura popular brasileira".

"São inúmeras e diversas as contribuições de Ziraldo", disse Lula sobre as obras do cartunista, completando que "na defesa da imaginação, de um Brasil mais justo, com democracia e liberdade de expressão. Nesse momento de imensa tristeza, me solidarizo com os familiares, amigos, parentes e fãs de Ziraldo".

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), também se solidarizou com a perda e afirmou que "com tristeza, recebemos a notícia da partida de Ziraldo, aos 91 anos, o brilhante criador de "O Menino Maluquinho". Suas histórias marcaram a infância de muitos e continuam a encantar gerações. Enviamos nossas condolências à família e aos admiradores".

Já o prefeito Eduardo Paes (PSD), do Rio de Janeiro, comentou que "nos deixou mais um dos grandes mineiros cariocas. Obrigado por tudo Ziraldo. O Rio vai sentir muito sua falta".

O velório de Ziraldo será neste domingo (7), às 10h, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. O sepultamento foi marcado para às 16h30 no Cemitério São João Batista, também na capital fluminense.

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