Conheça os vencedores do 4.º Olhar de Cinema

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O Teatro Paiol, na noite de quinta-feira (18), foi palco do encerramento e da premiação do 4º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Para o evento deste ano, segundo a organização, foram 1500 filmes inscritos e 91 exibidos durante os nove dias de festival, que teve a participação de 32 países. A estimativa de público, entre as sessões e as oficinas, é de 18 mil pessoas. A premiação, com 11 categorias, contou com um pocket show da banda Regional Sábia.

O grande vencedor da noite, com o Prêmio Olhar de Melhor Filme, foi o longa “Koza”, de Ivan Ostrochovsky, que receberá R$12 mil. A produção eslovaca também ganhou como Prêmio da Crítica/Abraccine. O título de melhor filme brasileiro, Prêmio Olhares Brasil – Melhor Longa-Metragem Brasileiro da Mostra Competitiva, ficou para “Ela Volta na Quinta”, que levou o segundo maior prêmio deste ano, R$ 10 mil. O diretor André Novaes Oliveira declarou que, em breve, o filme estará nos cinemas comerciais. Na categoria curta, o Prêmio Olhar de Melhor Filme foi para ”A festa e os Cães”, do cearense Leonardo Mouramateus, recebendo R$ 4 mil.

Segundo Antônio Junior, um dos organizadores do evento, o Olhar de Cinema cresceu em relação ao ano passado, com um aumento de público, que lotou muitas das sessões. “Este ano centralizamos mais os locais das sessões. Antigamente as atividades eram mais espalhadas. Acredito que isso tenha facilitado o acesso das pessoas, que podiam sair de uma sessão e ir para outra com maior facilidade.”

Uma novidade no festival desse ano foi a atenção voltada ao mercado do cinema. Aly Muritiba, também organizador, comentou que foram realizadas atividades de reflexão para a formação de uma cadeia produtiva paranaense. Ainda que o foco fosse o Paraná, vários envolvidos com cinema de outras cidades e até mesmo países participaram dessas ações, que foram debates, seminários, oficinas e encontros de negócio. Annelyse Bozza, estudante de cinema, acredita que o festival e as atividades motivam quem está na área. Ela participou de uma oficina e já está criando um material que pretende inscrever no festival de 2016.

Política

Os impactos da crise financeira não foram tão sentidos no festival deste ano. Entretanto, em outro evento que correu em paralelo, o Fórum do Audiovisual Paranaense – um encontro de profissionais com objetivo de discutir os caminhos das produções – demonstrou preocupação com os efeitos dos problemas financeiros nos trabalhos que estão sendo realizados. Eles elaboraram um documento, de viés político, defendendo ações para a valorização do meio.

Durante a cerimônia de premiação, no Paiol, João Castelo Branco expôs a carta ao público, reclamando da falta de editais que deveriam ser lançados e dos problemas em relação à pesquisa e difusão. Participantes do fórum decidiram por criar um calendário de ações, como a revisão das políticas públicas.

Vencedores

A premiação contou com a participação dos jurados e dos patrocinadores. Nem todos os ganhadores puderam comparecer, entretanto, alguns deles conseguiram mandar textos ou vídeos. Estavam presentes apenas os estrangeiros Nambot Nathalie e Julian Radlmaier, que agradeceram muito pelo prêmio, e Guto Parente, de Fortaleza. O diretor brasileiro brincou que prefere ver os filmes da mostra do que participar com suas obras. Para ele, a maior contribuição do festival é a oportunidade de ver produções diferentes das apresentadas no cinema comercial. Parente concorreu em duas categorias e ganhou uma Menção Especial na Mostra Competitiva de Longas-Metragens com seu filme A misteriosa morte de Pérola.