A vida trágica de Billie Holiday foi levada ao cinema em 1972 no longa-metragem O Ocaso de uma Estrela (Lady Sings the Blues, baseado na autobiografia da artista), de Sidney J. Furie. Produzido por Berry Gordy, fundador da gravadora Motown, serviu como veículo para a cantora Diana Ross, sua contratada que se lançava em carreira-solo depois de dezenas de sucessos como integrante do grupo vocal The Supremes.
A escolha de Diana, uma estrela da soul music cuja ligação com o jazz e o blues era tangencial, causou estranheza. Ela não tinha (e nunca teve) na voz a dramaticidade e o fatalismo de Billie, com quem também não tinha qualquer semelhança física. Ainda assim, sua atuação lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz e um Globo de Ouro de atriz revelação. A produção também foi citada pela Academia de Hollywood em quatro outras categorias: roteiro adaptado, direção de arte, figurino e trilha sonora adaptada. Não ganhou em nenhuma.
O Ocaso de uma Estrela, apesar de atenuar e por vezes até mesmo edulcorar a tragédia que foi a vida de Billie Holiday, teve o mérito de reapresentar a diva do jazz a uma nova geração, que pouco ou nada sabia a seu respeito. Tanto que a trilha sonora, lançada sob a forma de LP duplo, chegou ao topo da parada Billboard, posição na qual permaneceu por duas semanas em abril de 1973. Foi a única vez que Diana Ross, como artista-solo, alcançou essa posição com um álbum.
A faixa "Good Morning Heartache", um dos grandes êxitos de Billie, também fez sucesso na voz da ex-Supreme, chegando a atingir o oitavo lugar na parada de singles da época. Outra curiosidade: a canção "Happy", sucesso na voz de um certo adolescente chamado Michael Jackson em 1973, é tema integrante da trilha original de O Ocaso de uma Estrela, composta por Michel Legrand, e que depois ganhou letra do soulman Smokey Robinson.
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Serviço
O Ocaso de uma Estrela (Lady Sings the Blues) permanece inédito em DVD no Brasil, mas versão original norte-americana pode ser encontrada na Amazon (www.amazon.com) a US$ 10,49.
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